No dia 5 de Fevereiro, a equipa da Dakine Expedition 2023 estava de partida para a Turquia. A verdade, é que muitos não sabiam que esse iria ser o destino final, o que tornou este dia ainda mais inquietante. O que parecia ser uma viagem tranquila, acabou por levá-los a uma situação um pouco desconfortável, ao serem questionados pela segurança do aeroporto sobre  os “cilindros com ar de balas” nas suas mochilas, mas rapidamente o Ricardo Araújo, líder desta expedição, respondeu que era “ar comprimido para encher as mochilas na neve em caso de perigo”, assunto resolvido. 

A manhã seguinte não correu como previsto. Acordaram com a notícia de que a Turquia tinha sido atingida por um sismo. Apesar de não terem sentido nada – Estavam a 10 horas de carro do epicentro -, estavam chocados com a dimensão da catástrofe. 

O segundo dia de expedição também os pôs à prova. As condições da neve não estavam perfeitas, mas tudo indicava que existiam as condições necessárias para irem de mota até à estrada principal e arrancar de jipe até uma vila onde iriam fazer snowboard. Foi a pouco mais de 50 metros, depois de arrancarem, que a mota do Nuno Bandeira (filmaker) e do Filipe Jervis se despistou, acabando por projetá-los. Aí começaram os problemas. Estavam a 20 minutos do hotel, no meio de uma tempestade de neve , com a sensação térmica de -17º e sem forma de comunicar com alguém. Chegou o Ricardo e, com ele, trouxe uma sensação de alívio a todos. Mas a mota que ele trazia ficou enterrada a quase dois metros de profundidade. Juntaram todas as energias que tinham para desenterrar a mota, afinal a única coisa que importava naquela altura era que chegassem todos em segurança ao hotel. E assim foi. Todos bem e com um enorme sentimento de gratidão para com o Ricardo, que manteve sempre a calma e  ativou os protocolos de segurança que adquiriu ao fim de tantos anos.  O terceiro dia trouxe-lhes descanso e o primeiro dia de sol desde que aterraram na Turquia. Apesar de afundarem a mota que os levaria até Petran, já estavam prontos para tudo. Foram entrevistar o local onde foram feitas as primeiras pranchas de “snowboard”. E agora sim, a aventura estava a correr como planeado e desejado.  
Chegou o snowboard a sério, bem que mereciam. Depois de estudarem o terreno, reverem as condições da neve e protocolos de emergência, estavam prontos. Tudo o que teria corrido mal até aqui tinha sido esquecido.  

O quinto dia reuniu todos as condições para o que seria um dia perfeito para o Allen! Saíram as suas primeiras manobras desde que aterraram, depois de subirem 2640 metros de altitude, quase com neve até à cintura.  A vida na montanha estava finalmente a correr bem! 
Chegou o último dia na montanha. Acordaram cedo, como todos os dias desde que chegaram. Partiram para uma pequena vila no topo de uma montanha de difícil acesso – Petran. E aqui todos experimentaram snowboard, até o nosso filmaker e o nosso fotógrafo. Acabaram esta aventura na montanha a sentirem-se privilegiados, afinal, estavam a fazer snowboard no local onde tudo começou, com a réplica de uma prancha com mais de 200 anos.  
Agora é tempo de ir para o Mar Negro…

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