Por norma o surfista é uma pessoa da paz, preenchido pelo prazer que este contacto muito especial com a natureza lhe proporciona. Mas ninguém está totalmente livre violência gratuita e inesperada. Fica a conhecer 5 histórias de violência a que alguns dos surfistas mais conhecidos do mundo foram sujeitos.

 

Stephanie Gilmore
O caso de Stephanie Gilmore é talvez um dos mais conhecidos desta lista. No fim de 2010, já com 4 títulos conquistados apesar de apenas ter 22 anos, e na véspera de anunciar a sua contratação pela Quiksilver Woman, Steph voltava para o seu apartamento em Coolangatta quando foi perseguida por um homem desconhecido que a agrediu com uma barra de ferro. Os danos poderiam ter sido muito mais grave, ou mesmo fatais, caso Gilmore não tivesse bloqueado com o braço. Mesmo assim o trauma, tanto físico como psicológico, foi extenso, tendo sido dado como principal causa pela perda do título mundial de 2011. Nada que o tempo não tenha curado, já que a australiana voltou a conquistar o título mundial em 2012, 2014 e 2018.

 

 

Dada Figueiredo
Talvez não seja tão conhecido a nível mundial como no Brasil mas, durante os anos 80 e 90, Dada foi um dos surfistas mais mediáticos da sua geração devido ao seu surf radical e ao enorme carisma. Muito inspirado pela cena punk, Figueiredo era o rei do “anti establishment” mas foi de um grupo de punks que levou 12 facadas como retaliação a uma luta em que se envolveu durante um concerto. Dada sobreviveu por pouco ao ataque e mantém-se ligado ao surf até hoje, tendo inclusivamente sido lançado um documentário sobre a sua vida e legado.

 

https://youtu.be/JQU6iaPnj6M

 

 

Todd Holland
O ex-top do CT da Flórida chegou a vencer uma etapa do Championship Tour e esteve em segundo lugar do ranking em 1993, tendo como melhores resultados da sua carreira o 8º lugar no ranking final de 1991. O seu surf power mas muito tradicional ficou ofuscado com o approach new school da nova geração dos anos 90, e em 1994 já lutava pela sobrevivência no circuito. Mas foi no ano anterior que lutou pela sua sobrevivência física no Brasil. Tudo aconteceu durante uma etapa do circuito QS perto de São Paulo, em que Holland cometeu uma interferência sobre um dos heróis locais, Vitor Ribas. Para tentar que Vitor fizesse o mesmo erro e o heat ficasse em pé de igualdade, Todd marcou o brasileiro, o que enraiveceu o público. Quando o heat acabou ficou visível para o norte-americano que iria ter que passar por uma multidão muito agressiva e que a sua integridade física estava em sério risco. Enquanto Holland esperava que os seguranças do evento aparecessem para o proteger, um membro do público nadou até ele e começou a agredi-lo. A caminho do palanque, rodeado de seguranças, Todd foi agredido mais algumas vezes e teve que ser escoltado pela polícia até ao seu hotel. Aí teve que rapar a sua tão característica barba, e pouco depois estava a caminho de casa, jurando não voltar. Em 1995, a precisar desesperadamente de pontos para se manter no CT, o floridiano cumpriu a sua promessa e faltou à etapa brasileira, acabando assim com as suas hipóteses de ficar no tour. E com isso acabou a sua carreira no surf.

 

 

Ricardo dos Santos
O caso de Ricardo dos Santos é o mais trágico e recente de todos mencionados nesta lista. Tudo começou numa manhã de janeiro de 2015, quando o tube rider brasileiro estava a fazer obras na sua casa. Um membro da polícia militar, que estava de folga nesse dia, tinha o carro estacionado em cima de um cano em frente à casa de dos Santos e para que pudessem arranjar o cano e prosseguir nas obras, o avô de Ricardo, que estava a ajudar nas obras, pediu que retirasse o carro do local. O pedido foi negado e Ricardo foi pedir satisfações, sendo baleado três vezes. Apesar de ter sido atingido no tórax e abdómen, Ricardo estava consciente quando chegou ao hospital, mas os danos ao seu corpo acabariam por ser fatais. Depois de quatro cirurgias, Ricardo dos Santos não conseguiu reagir ao tratamento e faleceu, enquanto que o seu assassino acabou por ser julgado e condenado a 22 anos de prisão.

 

 

Sunny Garcia
Sunny Garcia é mais conhecido por agredir que por ser agredido, mas, por vezes, o caçador vira caça. Em 1999 o havaiano vivia na Califórnia e a caminho de casa envolveu-se numa situação de road rage de que não há grandes detalhes. Mas sabe-se que quando parou numa bomba de gasolina foi espancado, ficando com a cavidade orbitária gravemente danificada, o que o obrigou a fazer uma cirurgia correctiva. No processo ainda perdeu 10 quilos, além de quase ter faltado a uma das etapas do Championship Tour na Austrália. Felizmente recuperou a 100%, entrando inclusive na disputa pelo título mundial esse ano, um feito que concretizou no ano seguinte.

 

 

Menção “desonrosa”
Açaí de Michael Rodrigues agredido por Tanner Hendrickson. Os havaianos, especialmente quando estão em casa, já são conhecidos por serem agressivos com os estrangeiros, mas neste caso foi mais uma situação de mea culpa. Os dois andavam em conflito há algum tempo até que no Inverno de 2018 o ex-top do CT Rodrigues, provocou o havaiano, influenciado pelos seus amigos e um camera man que filmou tudo. Tanner “mordeu o isco” e fez o açaí que Michael tinha na mão voar, seguido de algumas chapadas. Como consequência a WSL suspendeu o havaiano, mas, depois de melhor análise, permitiu que voltasse a competir uns meses mais tarde.

 

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