Depois de dois dias de prova e pelo menos mais pela frente, ficou evidente MEO Pro Portugal presented by Rip Curl não iria ser uma prova fácil. Mas, mesmo com vários desafios pela frente, tem tudo para ser um campeonato memorável. Fica a conhecer 5 factos relevantes da prova até agora…
Kelly Slater ainda tem hipóteses de se manter no top5, enquanto houver tubos. O KS de 2022 não tem como arrancar as mesmas notas que muitos dos melhores surfistas do tour da actualidade, excepto se as condições estiverem tubulares. Depois de uma prestação fraca num dia em que fez campanha para não surfar, Slater mostrou logo na sua primeira onda do elimination round que, nesse tipo de condições, continua no topo da cadeia alimentar e que se as ondas permitirem, vai até ao fim.
Supertubos não é para amadores. Não foi o maior dia da história deste evento, mas foi seguramente um dos mais pesados. Que o diga Frederico Morais que, depois de um tubo rápido, apanhou com a onda que o seu adversário surfou de seguida na cabeça, e ficou quase 10 minutos a remar para fora, apesar da distância entre a areia e o outside ser relativamente curta. O mesmo se passou com muitos outros competidores ao longo deste dia, que apanharam com sets na cabeça, puxaram o bico ou não encontraram saída de muitos dos seus tubos. E se estes atletas profissionais encontraram dificuldades, o “comum mortal” teria sérios problemas num dia como este, provando que, nos seus dias, este pico pode ser dos mais pesados do tour.
Os portugueses (de um modo geral) não brilharam. Em mais de uma década de CT’s quase consecutivos em Portugal já vimos de tudo. Houve anos em que todos os wildcards e membros do CT lusos perderam de primeira, anos com prestações de “meio da tabela” e houve um ano histórico, com um 3º e um 5º lugar. Afonso Antunes teve uma prestação que em nada representa o seu nível de surf, uma estreia infeliz mas que deixa muito espaço para crescer no futuro. Vasco ficou sempre a precisar de mais uma manobra forte para avançar, e Frederico escapou por pouco, com um tubo milagroso no fim do heat, que mesmo assim o deixou numa situação muito vulnerável. Kikas ainda poderá “apagar” esta prestação das primeiras fases, mas terá que meter “uma mudança acima” nas próximas baterias.
O público português continua de parabéns. Vento, muito frio e ameaça de chuva era a previsão para este dia e, mesmo assim, o público marcou presença desde o primeiro heat, pelas 7:40 da manhã. Mesmo com o evento em stand by e nenhum surfista na água durante as primeiras horas, o público não arredou pé, sendo recompensado logo no início da tarde. É inegável que, faça chuva ou faça sol, os portugueses não perdem a oportunidade de ver o melhor do surf mundial!
O mar é que manda! Havia planos de avançar bastante nos primeiros dias, sendo possível até terminar a prova no domingo. Para isso tinha que correr tudo muito bem e, logo ao fim de dois heats neste segundo dia, a prova ficou em stand by. Será que ainda é possível terminar o MEO Pro Portugal presented by Rip Curl nos próximos dois dias? O mar é que vai decidir…
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