Entrar no WCT é o sonho de qualquer surfista profissional mas chegar lá é um dos maiores desafios que um competidor pode encontrar. Uma vez qualificado o percurso não se torna mas fácil e vencer entre os melhores surfistas do mundo é uma honra reservada a poucos. Entre os membros deste restrito grupo são vários os que mostram potencial para vencer, mas acabam por não conseguir. A ONFIRE seleccionou 5 surfistas que considerou os melhores entre os que não conseguiram vencer.
Ross Williams | Havai
Apresentar Ross Williams como “apenas” um comentador da WSL é quase insultuoso a este que já foi um dos melhores surfistas do mundo. A sua humildade não deixa escapar muito mas o havaiano esteve no WCT durante 6 anos e foi top16 em metade deles. Mais do que um membro do World Championship Tour, Ross foi um dos mais revelantes surfistas da geração Momentum, com direito a secção em todos os filmes de Taylor Steele no seu auge. Williams surfava ondas grandes, era mestre na arte de entubar e dominava o surf new school, mas o que o destacava de quase todos os surfistas do mundo era o seu power, tendo Taylor Knox como único rival nesse departamento. Um surfista promissor desde muito jovem, era companheiro inseparável de Shane Dorian e foi responsável pela sua entrada na Billabong, na altura propondo a Bob Hurley (representante da marca para os EUA) uma redução no seu próprio salário para conseguirem contratar o seu amigo. Apesar deste impressionante CV nunca sobressaiu em competição e terminou a carreira sem vencer no WCT (ou mesmo no WQS). Por duas vezes esteve perto. A primeira foi em 1996, no Rio Surf Pro, etapa brasileira do World Tour. Caso tivesse vencido seria substituído nesta lista por Taylor Knox, que conseguiu aí a sua única vitória, mas Ross ficou em segundo. Em 1999 teve outra hipótese quando chegou à final do Billabong MSF Pro, realizado em Jeffreys Bay. O seu adversário era o wildcard Joel Parkinson, na altura com 18 anos, e foi o australiano que conseguiu na África do Sul a sua primeira vitória. Uns anos mais tarde Ross caiu do tour, tentou requalificar-se mas não conseguiu. Aos poucos foi caindo da “luz da ribalta”, até renascer como o comentador da WSL.
Pat O’Connell | Califórnia
Pat hoje em dia é o team manager global da marca com a melhor equipa de surf da actualidade, a Hurley. Mas antes esteve no WCT por vários anos. O’Connell ficou conhecido pela sua presença no filme Endless Summer II, e no ano seguinte ao lançamento qualificou-se para a elite. O seu talento era inegável e o seu estilo de surf era admirado por fãs por todo o mundo mas, como Ross, não era tão competitivo como os seus pares. Além disso a sua época no WCT coincidiu com o primeiro auge de Kelly Slater, um surfista que deixou pouco “no prato” para os outros. Curiosamente foi contra Slater que Pat quase venceu uma etapa, o Billabong Pro de 1999. Na altura o Superbank ainda não era o Superbank e Kirra era a rainha indisputada da Gold Coast. Mas o swell não entrou como devia e a prova acabou em Snapper. Nas finais da época contavam as 4 melhores ondas e o californiano, a poucos minutos do fim, liderava com mais de 30 pontos de média. Mas Slater era como um tubarão no line up a brincar com as suas presas e na última onda fez mais um milagre e virou o resultado a seu favor. No mesmo ano Pat vingava a derrota na Austrália eliminando Slater nas meias finais do Rip Curl Pro de Hossegor, apenas para ser “dilacerado” por Damien Hardman na final. Nos anos que se seguiram não conseguiu melhor do que 3ºs posições e em 2004 largou o circuito.
Chris Davidson | Austrália
Rebeldes não vencem, excepto se se chamarem Andy Irons. Chris “Davo” Davidson era um dos mais promissores surfistas da Austrália no início dos anos 90 e em 1994 foi convidado pelo seu patrocinador da altura, a Rip Curl, para participar no WCT de Bells Beach. Nessa prova conseguiu um dos feitos mais impressionantes da sua carreira, bateu Kelly Slater duas vezes. Só conseguiu a qualificação para o tour uns anos mais tarde, em 1999, e o seu único recorde impressionante é o facto de ser o único surfista do planeta regressar ao WCT 4 vezes. O máximo que conseguiu ficar de seguida na elite foi três anos e a sua melhor classificação foi o 14º posto, em 2009. O talento abundava mas faltava a disciplina para evitar a vida nocturna e os maus vícios do tour! Os seus melhores resultados foram um 3º, no WCT de Peniche, sendo batido apenas por um Alley Opp de Kelly Slater que ficou famosos, e a final do Billabong Pro Mundaka, que na verdade foi realizado quase todo em Bakio. Em 2011 Chris caía novamente do tour e a falta de patrocínios não lhe permitiu competir no WQS. Davidson foi trabalhar nas obras na Austrália e consta que recentemente foi preso por ter causado um acidente de viação quando supostamente estaria inibido de conduzir!
Fica a conhecer mais dois surfistas que mereciam ter vencido no WCT (juntamente com 3 “menções” honrosas”) na próxima semana em www.onfiresurfmag.com
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