Moana Jones Wong fez história ao vencer o Billabong Pro Pipeline de 2022, a primeira vitória de um wildcard em mais de uma década. Fica a saber quem foram todos os wildcards a vencer no Championship Tour…

 

Ricardo Tatui – Quiksilver Surfmasters – Biarritz – França – 1994 – 7ª etapa
O brasileiro Ricardo Tatui fez parte da primeira grande geração de surfistas brasileiros no CT, e em 1993 ficou tão perto da qualificação que recebeu um wildcard para competir no Quiksilver Surfmasters. Em ondas muito pequenas em Biarritz, Tatui bateu Stuart Bedford Brown, Kelly Slater, Michael Barry, Damien Hardman e Shane Powell a caminho da final, onde derrotou Jeff Booth para se tornar no primeiro wildcard a vencer uma prova do CT. Esta vitória marcou um dos pontos altos do surf brasileiros da década, já que Teco Padaratz venceu a etapa anterior do Championship Tour e Fábio Gouveia venceu a prova seguinte, um QS em Ribeira D’Ilhas. Ricardo qualificou-se para o Championship Tour de 95 mas este resultado no sudoeste francês foi o ponto alto da sua carreira.

 

Johnny Boy Gomes – Chiemsee Pipe Masters – Pipeline – Havai -1997 – 12º etapa
O descendente de portugueses, Johnny Boy Gomes, era um dos “donos” do North Shore nos anos 90 e já tinha vencido no Havai anteriormente. Mas foi esta prova que realmente o lançou já que bateu Kelly Slater (2x), Pat O’Connell, Kaipo Jaquias, Kalani Robb e Shane Dorian para encontrar na final Michael Ho, que na altura deu que falar por ter chegado a esta fase aos 40 anos. A vitória ficou com Gomes, que dominou com grandes tubos para Pipeline.

 

Joel Parkinson – Billabong/MSF Pro – Jeffreys Bay – Africa do Sul – 1999 – 7ª etapa
Com apenas 18 anos e relativamente desconhecido fora da Austrália, Parko recebeu um wildcard para esta prova e surpreendeu-se a si próprio. A caminho da final este “grom” bateu Sunny Garcia, Glyndyn Ringrose, Michael Campbell, Luke Hitchings, Jake Paterson e Rob Machado para encontrar na final o havaiano Ross Williams. Contra todas as expectativas, Joel venceu, colocando-se de um momento para o outro como um dos melhores juniores do mundo.

 

Neco Padaratz – Gotcha Pro – Huntington Beach – EUA – 1999 – 8ª etapa
A esta altura Neco Padaratz já tinha passado pelo CT e já tinha desistido, a meio de uma temporada. Por ter chegado à final da prova QS realizada na mesma praia na semana anterior o brasileiro recebeu um wildcard para este CT e tratou de dominar a prova. Neco bateu Occy, Michael Campbell, Renan Rocha, Michael Lowe, Sunny Garcia e ainda Fábio Gouveia na final, para vencer a sua primeira etapa no Championship Tour. No ano seguinte estava de volta à elite, onde voltaria a vencer.

 

Andrea Lopes – Rio Marathon Surf International – Rio de Janeiro – Brasil – 1999 – 12ª etapa
Andrea foi a representante brasileira no top16 da ASP durante alguns anos, mas já estava afastada do mais alto nível de competição há alguns anos. Até que recebeu um wildcard e tratou de mostrar todo o seu conhecimento das ondas locais para levar o público ao rubro ao derrotar Keala Kennelly na final.

 

Kelly Slater – Mountain Dew Pipe Masters – Pipeline – Hawaii – 1999 – 13ª etapa
Kelly Slater – Gotcha Pro Tahiti – Teahupoo – Tahiti – 2000 – 3ª etapa
Slater reformou-se no fim de 1998 quando conquistou o seu sexto título mundial. Mesmo assim fez questão de mostrar que ainda era o melhor do mundo, vencendo a prova de Pipeline em 99, batendo o campeão mundial, Occy, nas meias, e o seu amigo Shane Dorian na final em Teahupoo no ano seguinte. Em 2002 voltou ao tour a tempo inteiro, mantendo-se até à actualidade.

 

Mick Fanning – Australian Rip Curl Pro – Bells Beach – Austrália – 2001 – 1ª etapa
Fanning quase conseguiu a qualificação para o tour de 2001, e mostrou que tinha surf de sobra para ter sucesso derrotando Rob Machado, Renan Rocha, Luke Egan, Peterson Rosa, Taylor Knox e Paul Canning, a caminho da final contra Danny Wills. Foi um ano que, devido aos ataques de 11 de setembro, ficou reduzido a 5 etapas, e uma vitória nesta prova deveria ter metido o jovem australiano numa sólida disputa pelo título. Mas a sua vez chegaria, alguns anos mais tarde…

 

Myles Padaca – Rip Curl Cup – Sunset Beach – Hawaii – 2001 – 5ª etapa
Numa das provas mais caóticas da história da ASP, o destaque havaiano Myles venceu os trials e logo no round 2 bateu o surfista que acabaria por se tornar campeão mundial nesse ano, CJ Hobgood. Felizmente para o surfista da Flórida, praticamente todos os seus “concorrentes” perderam nesse round ou no seguinte. Padaca ainda bateu Trent Munro, Renan Rocha e Kalani Robb, defrontando outro wildcard na final, Mick Fanning.

 

Jamie O’Brien – Rip Curl Pipeline Masters – Pipeline – Hawaii -2004 – 11º etapa
Jamie era um dos grandes nomes da nova geração em Pipeline e, felizmente para ele, na altura ainda era patrocinado pela Rip Curl, que lhe atribuiu um wildcard. Na época esta prova ainda “albergava” 48 surfistas e O’Brien bateu Richie Lovett, Chris Davidson, Mick Lowe, CJ Hobgood (2x), Lee Winkler, Darren O’Rafferty, Cory Lopez (2x), Shane Beschen e Kelly Slater, para se juntar a uma final de 4 surfistas 100% havaiana com Kalani Robb, Sunny Garcia e Bruce Irons. A vitória foi decidida nas primeiras ondas que os “elders” deixaram passar e Jamie transformou em notas altas, e pouco mais entrou nesta bateria, o que coroou este improvável Pipe Master.

 

Stephanie Gilmore – Roxy Pro – Gold Coast – Austrália – 2005 – 1ª etapa
Stephanie Gilmore – Beachley Classic – Manly – Austrália – 2006 – 6ª etapa
Com 17 e 18 anos Steph Gilmore venceu etapas do CT na Austrália, derrotando sempre sem grandes dificuldades as top seeds do tour. A sua qualificação em 2007 fez uma mudança de guarda automática já que nenhuma das surfistas que se encontravam no tour esses anos voltaram a vencer títulos mundiais enquanto que Gilmore venceu 7 e ainda pode somar mais alguns.

 

Melanie Bartels – Roxy Pro – Sunset Beach – Hawaii – 2006 – 7ª etapa
A havaiana mais roots de sempre no tour já tinha estado alguns anos no CT, sem grandes resultados. Apesar de ter competido nos trials, recebeu a sua vaga devido a uma desistência, mas aproveitou bem a oportunidade avançando até à final, onde bateu outra wildcard, Stephanie Gilmore. Anos mais tarde Bartels voltou a vencer, desta vez no Brasil e como membro oficial do tour, acabando o ano numa sólida 7º posição do ranking.

 

Bruno Santos – Billabong Pro – Teahupoo – Tahiti – 2008 – 3ª etapa
O brasileiro “Bruninho” Santos já tinha mostrado muito bom surf em provas CT em Pipeline e não só, e qualificou-se para esta prova com um segundo lugar nos trials. A caminho da final derrotou Mick Fanning, Taj Burrow, Tim Reyes, Adriano de Souza e CJ Hobgood para se juntar a outro wildcard na final, Manoa Drollet. Em ondas muito pequenas, nenhum chegou à média combinada dos 10 pontos, mas a vitória sorriu a este que é um dos melhores tube riders do planeta.

 

Tyler Wright – Beachley Classic – Manly – Austrália – 2008 – 5ª etapa
Tyler Wright – O’Neill World Cup – Sunset Beach – Hawaii – 2010 – 7ª etapa
Convidada aos 14 anos para participar na sua primeira etapa do CT, Tyler não fez cerimónias e venceu a prova, mantendo até aos dias de hoje o recorde de ser a surfista mais nova a vencer uma prova do Championship Tour. Dois anos mais tarde, ainda como wildcard, repetiu a dose em Sunset, um preview do que estava para vir. Em 2016 e 2017 sagrou-se campeã mundial.

 

Carissa Moore – Gidget Pro – Sunset Beach – Hawaii – 2009 – 6ª etapa
Entre Steph, Tyler e Carissa Moore, era bem visível que havia uma geração “no forno” que ia dominar por completo o tour. Carissa já tinha feito uma final como wildcard, mas em Sunset o que tinha para oferecer, vencendo assim a sua primeira prova. Neste momento Moore contabiliza 5 títulos mundiais, com potencial de conquistar mais.

 

Moana Jones Wong – Billabong Pro Pipeline – Pipeline – Hawaii – 2022 – 1ª etapa
Moana Jones já era “a” cara feminina em Pipeline há alguns anos, o que fez do seu wildcard na prova de estreia do CT neste local obrigatório. Ao longo dos dias a esta jovem surfista de 22 anos foi-se mantendo fiel ao seu game plan, apostando tudo nos tubos para a esquerda, dominando por completo a prova e deixando claro que será uma forte candidata a esta vitória por muitos anos.

 

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