Normalmente Janeiro é o mês em que se vê novos autocolantes nas pranchas de muitos dos melhores surfistas nacionais e internacionais mas este ano está a ser uma excepção. É provavelmente um sinal de que a indústria não está no seu melhor momento, o que fez com que tenha havido poucas mudanças.

De facto, Janeiro foi um mês mais marcado pelos despedimentos. Especulava-se que a Hurley iria reduzir a sua equipa depois de ser comprada pelo grupo Bluestar Alliance, e foi exactamente o que aconteceu. A marca não renovou os contratos de Rob Machado, que era uma das principais caras da marca há quase duas décadas, e dos groms Eli Hanneman and Barron Mamiya. A eles juntam-se ainda surfistas como Rizal Tanjung, que representou a marca em Bali durante 18 anos, Coco Nogales, que foi a cara da Hurley no México durante 20 anos e Michel Bourez, que transitou da Nike para a Hurley em 2012 e, mesmo com vaga garantida para os jogos olímpicos não conseguiu renovar o seu contrato.

Consta que Carissa Moore também poderá ter ficado de fora mas é apenas um boato baseado numa imagem de instagram em que não se vê o logótipo da marca na sua prancha mas poderá ser devido ao ângulo. Julian Wilson, Filipe Toledo e John John Florence parecem estar seguros mas não se sabe o “status” de outros nomes de destaque dentro desta equipa, como Adrian Buchan e Nicolau Von Rupp, entre muitos outros.

Este é o maior despedimento por uma só marca de surf desde 2013, quando a Quiksilver reduziu drasticamente a sua equipa e a DC Shoes saiu (temporariamente) do surf. A tendência é para uma constante diminuição do número de patrocinados a nível mundial.

Actualização

Também oficialmente fora da Hurley ficou Sam Piter, um dos grandes talentos da nova geração Europeia, e o norte-americano Jake Marshall, de quem já se tinha especulado a saída. Uma especulação errada foi a de Carissa Moore que, ao que tudo indica, se mantém na equipa.

Entretanto houve mais algumas “baixas”. Victor Bernardo, um dos grandes nomes do surf brasileiro da actualidade, tinha saído da Billabong no decorrer de 2019, compensando a perda de patrocínio principal com o reforço da construtora “Nosso Lar“, que tanto apoio tem dado aos membros da “brazilian storm”. Infelizmente para ele, em 2020 também não conta com com esse patrocínio. A mais chocante “baixa” recente foi o despedimento de Jesse Mendes, o campeão da Triple Crown of Surfing de 2018, que saiu da Quiksilver e agora procura um novo patrocinador principal para continuar a perseguir o seu objectivo.

No entanto Janeiro também trouxe algumas boas notícias. Orlando Pereira, o mais reconhecido surfista da Madeira, tornou-se “embaixador” da marca Deeply! E a nível internacional, a RVCA fez mais uma grande contratação para a sua equipa. Barron Mamiya mal tinha acabado de limpar a cola na sua prancha do autocolante do seu patrocinador anterior quando colou o da RVCA no bico, fazendo desta a primeira grande contratação do ano. Espera-se um novo vídeo “inspired by” dedicado a Barron muito em breve…

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