Ao vencer o circuito Pro Junior Europeu de 2019, Mafalda Lopes só confirmou que o surf feminino em Portugal está em grande ascensão. A surfista da Caparica garantiu o quinto título luso no mais competitivo circuito de surf da Europa, ao lado de Tiago Pires, Vasco Ribeiro e Teresa Bonvalot, o que representa bem o elite em que se encontra a nível de potencial. 2020 seria um ano de grandes desafios já que iria competir apenas nas categorias sénior, algo que devido à “conjuntura” será adiado para mais tarde no ano ou mesmo para o próximo. Fica a conhecer um pouco melhor esta grande esperança do surf português….
Sentes-te preparada para o teu primeiro ano fora das categorias juniores?
Sentia-me bastante preparada para este ano, ia para os Barbados competir no meu primeiro QS 3000, mas infelizmente foi cancelado devido ao corona vírus.
Quando decidiste seguir uma carreira como surf profissional?
Sempre adorei praticar desportos mas quando entrei para o surf senti uma ligação diferente e desde aí nunca mais quis parar. Mas apenas decidi que iria ser a minha profissão quando comecei a obter resultados que o justificassem, o que envolveu muito esforço e dedicação da minha parte e também dos meus pais para me apoiarem a seguir este caminho.
E em que ponto ficaram os estudos?
Entrei na Faculdade de Motricidade Humana, congelei a minha matrícula por isso não estou a ter aulas de momento.
Sabemos que é um ano de grandes mudanças, podes elaborar um pouco sobre isso?
Visto que deixei de ser júnior e me dediquei ao surf a 100%, senti uma falta de acompanhamento decidindo então começar este ano a treinar com o Rodrigo Sousa.
Quais são os teus objectivos para 2020? Em que circuitos vais competir e quais são os teus objectivos para cada um…
Os meus objetivos no circuito QS passam por me habituar ao nível open como também apresentar um bom nível de surf, já na Liga MEO quero ganhar o circuito.
Em 2019 foste campeã europeia, o que o título fez pela tua carreira?
Ser campeã europeia trouxe-me bastante confiança em mim própria como também uma motivação extra porque me fez realmente acreditar em mim e saber que podia chegar muito longe.
No free surf e em algumas provas tens apresentado um surf bastante progressivo, é algo que tens em mente utilizar no circuito QS ou até na Liga?
O surf progressivo foi algo que sempre me fascinou imenso, e das coisas que mais gosto de treinar e, sem dúvida, sempre que possível quero demonstrá-lo em competição, sendo que é uma mais valia pois nem todas as atletas têm esse lado tão desenvolvido.
O surf feminino em Portugal está com um nível muito alto neste momento, quem são as surfistas que mais te inspiram em Portugal e fora do país?
O surf feminino tem vindo a surpreender muitas pessoas, não só em Portugal como lá fora. A Teresa Bonvalt e a Yolanda são duas surfistas que admiro bastante pela sua garra e motivação. Internacionalmente adoro o surf e o estilo da Stephanie Gilmore, sendo para mim um dos melhores do mundo.
A Caparica tem uma longa tradição de grande sucesso competitivo em Portugal. Sentes pressão por representar esse local? E como tem sido o apoio vindo das entidades e surfistas locais?
Não sinto pressão, mas sim orgulho pois foi lá que aprendi a surfar e surfei estes anos todos e queria agradecer o apoio do meu clube ASCC por tudo o que fazem por mim!
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