Apesar de ter apenas 20 anos de idade, Joaquim Chaves é um surfista surgiu no “radar” da indústria do surf há quase uma década. A evolução e amadurecimento que aconteceu perante os nossos olhos culminou recentemente no título máximo do surf português, o que deverá ser apenas o início de uma longa e bem sucedida carreira profissional. Sem nada para provar em Portugal e com a carreira júnior para trás, Joaquim prepara-se agora para dar o salto para objetivos mais altos. A ONFIRE falou um pouco com novo campeão nacional para saber mais sobre a excelente fase que atravessa e os objetivos para o futuro…

Joaquim, parabéns pelo título, já se encaixou na tua cabeça que és o novo campeão nacional?
Sim, é um título que eu desejei muito já no ano passado e que acabei por não conquistar. Este ano, ter podido competir com o Guilherme Ribeiro, que foi o campeão em 2022, foi, sem dúvida, especial, e daqui para a frente vou encarar as competições com o mesmo foco. É algo que entrou no meu currículo, mas não mudou a minha mentalidade. A humildade continua sempre presente, e vou encarar as competições da mesma forma, continuando a dedicar-me com a mesma intensidade.

Fizeste algo diferente este ano em relação aos anos anteriores?
Este foi um ano em que consegui ter mais consistência nos meus heats, e esse era o objetivo desde o início do ano. No ano passado, escolhi viajar mais, não menosprezando a competição, mas procurando evoluir ao máximo o meu surf. Este ano, realmente, foquei-me mais na competição, o que acabou por trazer resultados positivos.

Quais eram os teus objetivos no início do ano?
Os meus objetivos no início do ano eram, sem dúvida, tornar-me campeão nacional e campeão Europeu Júnior, mas o último acabou por ser um objetivo que não se concretizou. A minha carreira júnior está agora a chegar ao fim, e, por isso, o meu foco principal será o apuramento para os Challenger Series e, em seguida, a qualificação para o Championship Tour.

Este ano conseguiste alguns resultados expressivos no circuito QS e mesmo num evento Challenger Series, sentes-te preparado para ter esses circuitos como foco principal?
Consegui alcançar um ótimo terceiro lugar no QS de Pantin, o que me coloca em boa posição para a qualificação dos Challengers. A minha estreia nos Challengers em Ribeira D’Ilhas também foi um bom sinal e um ponto de confiança não apenas para mim, mas também para a minha equipa. Sem dúvida, a qualificação será o meu principal objetivo. Ainda tenho dois QSs na Europa, que me possibilitam alcançar dois resultados expressivos em campeonatos de 3.000 pontos.

Para terminar, o mercado do surf está a atravessar uma fase difícil e são cada vez mais os surfistas sem patrocínios. Sentes que as necessidades de criar conteúdos para continuar a ser interessante para os patrocinadores comprometem de alguma forma quem queira focar-se mais, por exemplo, na competição?
Sem dúvida que o mercado do surf está a atravessar uma fase mais complicada. Eu acho que a criação de conteúdos é cada vez mais importante e é o que as marcas procuram. No meu caso em especifico a minha prioridade é ser um atleta de alta competição. Mas com as ondas que existem em Portugal e com a facilidade que os meus patrocinadores me dão, como é o caso da Billabong, Fonte Viva e Monster Energy, que me permitem produzir conteúdo através de film makers e fotógrafos que eles me fornecem, acabo por conseguir conjugar as coisas. Ser atleta e focar-me nos meus treinos mas ao mesmo tempo ter uma equipa por detrás que me ajuda a produzir conteúdo e acho que isso é uma grande mais valia. Vai ser o meu foco agora nesta pré época, antes de começar a época competitiva de 2024, produzir o máximo de conteúdo possível no inverno, para conseguir chegar à época totalmente pronto mas conteúdo produzido. Isto é um equilibro que eu sempre procurei, mas sinto que agora estou mais preparado e com melhores condições para o fazer.

Comentários

Os comentários estão fechados.