Assim que o Tahiti Pro Teahupoo terminou, o ranking foi de imediato “ajustado”. O mais relevante do ranking pós sétima etapa foi no top4, que mudou pouco mas a disputa apertou bastante para dois surfistas e complicou para outro dois.

Filipe Toledo tinha em Teahupoo o seu maior handicap mas fez a aposta certa, abdicou da provável vitória no Vans US Open, uma prova QS 10.000 muito mediática mas sem qualquer influencia na disputa pelo título, para passar algum tempo a ganhar mais experiência e no Tahiti. O resultado foi muito positivo e o brasileiro saiu desta etapa com um excelente 3º lugar e 6.300 pontos de vantagem sobre o segundo classificado na véspera de uma etapa que o beneficia, o Surf Ranch Pro.

Julian Wilson era quem seguia Toledo mais de perto mas falhou a saída no round 2 e deixou este seu companheiro de equipa ganhar terreno. Apesar de ser uma etapa que irá descartar mais perto do fim do ano, este resultado obriga o talentoso australiano a ficar obrigatoriamente com, pelo menos, um 13º lugar a contar para as contas finais, algo que os dois primeiros classificados poderão ainda escapar já que Filipe apenas tem uma derrota prematura para descartar, tal como Medina.

E por falar em Gabriel Medina, este nome é certamente o que mais passa pela mente de Filipe Toledo quando faz contas ao título. Com a vitória na etapa tahitiana o campeão mundial de 2014 subiu à segunda posição e é sem qualquer dúvida a maior ameaça para o líder do ranking. Das 4 etapas que ainda faltam realizar, uma é uma estreia, o Surf Ranch Pro, outras duas, o Quiksilver Pro France e o MEO Rip Curl Pro Portugal, já foram vencidas por Gabriel. Por fim, na etapa de Pipe, Medina já fez dois segundos lugares e é sempre um dos destaques, o que garante que esta disputa será extremamente interessante.

Também no top4 está Ítalo Ferreira, que tem duas vitórias a contar mas sofre do mesmo problema que Wilson, resultados fracos que já não consegue descarta. “Italot” tem duas vitórias mas conta com um 25º e três 13ºs, o que significa que terá pelo menos dois deles a contar no ranking final. Apesar do seu resultado sólido em Teahupoo, um 5º lugar, Ferreira terá de vencer mais etapas e rezar para que os seus “colegas” deslizem para chegar a Pipe com boas hipóteses de ser campeão.

Entretanto, o nosso Frederico Morais caiu dois lugares no ranking. Mesmo tirando um resultado melhor que em 2017, Kikas perdeu por muito pouco no round 3 e como consequência passou de 18º lugar para 20º no ranking. A apenas três posições de estar fora da “bolha da qualificação” (o top22 do ranking), e sem pontos sólidos no QS para se garantir via “plano B”, o surfista de Cascais ainda está não está garantido no tour de 2019. Frederico tem como melhores resultados o 5º que “facturou” em Bells Beach e 9º de Jeffreysm mas tudo o resto são 13ºs e um 25º. Apesar de estar a escapar às pontuações mais baixas, Freddy precisa de bons resultados nas próximas etapas, principalmente em França e Portugal, para não chegar a Pipe em “sarilhos”. No entanto, ainda há um bom gap entre ele e os seus adversários mais próximos já que mais de 2.000 pontos o separam de Sebastian Zietz, o 21º classificado do ranking.

Neste momento já são vários os competidores do Championship Tour que começam a precisar de “pequenos milagres” para dar a volta aos seus anos e conseguir a qualificação para 2019. Nomes como Patrick Gudaukas, Jesse Mendes, Matt Wilkinson, Ian Gouveia, Keanu Asing e Joan Duru já se encontram bem no fim da fila enquanto que outros, como Connor O’Leary, Michael February e Tomás Hermes estão ligeiramente mais bem classificados mas precisam mais resultados sólidos para se manterem no tour.

A próxima etapa será o Surf Ranch Pro, entre 6 e 9 Setembro em Leemore, interior da Califórnia.

 

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