O ano de 2024 está a ser atípico, com três campeões mundiais a retirarem do Championship Tour.

Tirar algum tempo do tour para quem tem o estatuto de campeão mundial não é algo tão raro como parece à primeira vista. Kelly Slater reformou-se da competição pela primeira vez no fim de 1998, voltando ao tour a tempo inteiro alguns anos mais tarde. Andy Irons tirou um “ano sabático” em 2009, voltando como wildcard no ano seguinte e Gabriel Medina fez o mesmo no primeiro semestre de 2022, voltando a competir na segunda metade desse ano.

Mas 2024 está a ser um ano recorde. Primeiro foi Carissa Moore, que anunciou mesmo uma reforma total do Championship Tour após Pipeline para se focar em constituir família. Especula-se que a desilusão de ter perdido os títulos mundiais em 2022 e 2023 no WSL Finals, um formato que poderá ser considerado injusto, terá muito a ver com esta decisão. Depois foi Stephanie Gilmore, a 8x campeã mundial que já não está no seu melhor mas promete voltar em 2025 com mais motivação.

E por fim, Filipe Toledo anunciou hoje a sua retirada do tour de 2024. O brasileiro tem acusado problemas psicológicos ao longo dos anos e depois de se retirar do round 2 do Lexus Pipe Pro foi atacado via redes sociais por “Horda de haters“, o que também poderá ter contribuído para esta decisão. Toledo deixou a seguinte explicação no seu instagram:

É com o coração pesado que anuncio hoje que estou a retirar-me pelo resto da temporada do Campeonato de 2024. Esta decisão foi muito difícil para mim tomar e surge após dias de discussão com aqueles que me são mais próximos. A WSL tem sido muito solidária, e estou muito grato por me terem concedido o wildcard para o início da temporada de 2025. Comprometo-me a regressar melhor do que nunca.

No passado, fui honesto sobre alguns dos meus desafios, não apenas com lesões, mas também com a saúde mental. Competir ao mais alto nível na última década deixou-me exausto, e preciso de uma pausa para recuperar para o próximo capítulo da minha carreira.

A plataforma do CT deu-me tudo – é uma vida de sonho que me permitiu apoiar a minha família de formas que nunca poderia imaginar e ter experiências incríveis. Adoro isto. Vivo para isto. Tenho muito respeito pelos meus colegas competidores, tanto homens como mulheres no circuito. Vocês são incríveis.

Tenho uma paixão imensa pelo desporto, mas preciso de algum tempo para me recuperar totalmente, para poder regressar mais forte do que nunca. Agradeço o apoio e a lealdade da minha família, amigos, patrocinadores e da WSL. Espero que os meus fãs em todo o mundo compreendam esta decisão e continuem a apoiar-me quando eu regressar ao circuito no próximo ano. Desejo aos meus colegas competidores uma excelente temporada no CT. Estarei a assistir! ❤️”

Pelas ausências de Carissa e Filipe, Sophie McCulloch e Ramzi Boukhiam, que se qualificaram para o tour de 2023 mas lesionaram-se antes do início do ano, terão agora oportunidade de competir no primeiro semestre do ano…

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