Clay Marzo é um nome que devia dispensar apresentações, apesar de recentemente estar um pouco desaparecido em comparação à visibilidade que já teve no passado. O seu auge foi como membro do restrito grupo de Young Guns da Quiksilver, com direito a presença em grandes produções de vídeo da marca e campanhas publicitárias.

Apesar de ter conquistado alguns resultados sólidos a nível competitivo, como as vitórias em provas da NSSA, um 1º lugar numa prova QS em Puerto Escondido e um segundo lugar num Special Event em Padang Padang, o foco da sua carreira foi sempre o free surf. E quando a Quiksilver fez o seu primeiro grande “downsizing”, em 2013, Clay, que sempre foi um patrocinado difícil de gerir, foi dos primeiros a cair.

A sua carreira nunca mais foi a mesma apesar de, até hoje, se manter como surfista profissional graças ao apoio de algumas marcas mais pequenas. O seu free surf continua impressionante, principalmente em esquerdas tubulares como G-Land, uma das próximas paragens no Championship Tour. E foi tendo isso em conta que Clay lançou o seguinte apelo via instagram, “Vi que a WSL vai ter uma etapa em G-Land daqui a alguns meses, uma esquerda longa e tubular. Adorava receber um wildcard para esse evento. Quem acha que a WSL me deveria me dar o wildcard? Estou pronto para lutar contra os melhores do mundo nos tubos. Let’s do this!”

De imediato Marzo recebeu apoio de surfistas como Kelly Slater, Tom Carroll, CJ Hobgood e centenas de outros, além da sua mensagem ter sido captada e partilhada por alguns maiores meios do comunicação do nosso desporto, como a Tracks e a Stab.

Na teoria fazia algum sentido ter o havaiano na prova, o que seria uma “lufada” de ar fresco na grelha de heats da WSL e, potencialmente, um pesadelo para muitos adversários. Mas, na prática, a probabilidade de Clay efectivamente receber um wildcard para essa etapa é muito baixa, para não dizer inexistente.

Os wildcards para as provas do CT são dos “assets” mais procurados no mundo do surf competitivo profissional, e mais limitados. A prova de Grajagan será realizada depois do “cut” a meio do ano, cortando o tour para 16 surfistas + 2 wildcards. Essas duas vagas deverão ser divididas entre patrocinador do evento (Quiksilver) e um surfista local em prova. Mesmo que a Quiksilver consiga juntar os dois em um, convidar um surfista local que seja patrocinado da marca, sobra apenas uma vaga que, bem provavelmente, será atribuída ao regresso de Gabriel Medina pois, segundo fontes próximas da ONFIRE, está de olho nessa etapa para voltar a fazer o que melhor sabe, vencer.

Já para não falar que, surfistas com a mesma ou mais legitimidade que Marzo para fazer boa figura nessa prova, há “um em cada esquina”. Nomes como Koa Smith, Artiz Aranburu, Bruno Santos, Nicolau Von Rupp, Jeremy Flores, Benji Brand, Mason Ho, entre muitos outros, poderiam perfeitamente fazer muitos tops do CT “tremer”, nas condições certas. No entanto, já vimos coisas mais estranhas acontecerem que Clay Marzo entrar numa das mais esperadas etapas dos últimos anos. Será que tem sucesso?

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