Já passaram 20 anos desde o Chiemsee Pipe Masters de 1995, mas foi uma prova que ficou para a História.

Ao contrário de 2015, em que cinco surfistas estão na disputa pelo título mundial, apenas três surfistas tinham hipóteses matemáticas de acabar na frente, e um deles estava quase fora da luta pela vitória.

O circuito começou em Bells Beach, com a vitória de Sunny sobre o seu amigo e recém regressado ao tour, John Shimooka. Machado venceu logo de seguida no Japão e Slater na etapa inaugural do Quiksilver G-Land Pro. Mas seria um ano fraco a nível competitivo para o (na altura) bi-campeão mundial.

O Floridiano só esteve presente em mais uma final antes do Havai, perdendo para Rob, que ainda venceu aí (Huntington Beach) e em França (Hossegor). Sunny venceu logo de seguida, em Biarritz, e quando chegou à final da etapa seguinte, o Rio International Surf (Brasil), apenas precisava de vencer para deixar Slater fora da disputa. O seu adversário era o veterano do tour, Barton Lynch, que aí se encontrava sem main sponsor e quase fora do circuito. Mas ao contrário do que se esperava, a “raposa velha” do tour deu uma combinação a Sunny na final, mantendo assim a disputa pelo primeiro lugar com três nomes.

Mesmo assim Sunny chegou ao Havai com uma forte liderança e favoritismo, apesar de nunca ter vencido em Pipe. Mas o destino não lhe foi favorável. Garcia tinha como adversários, no seu primeiro heat, Ross Williams e o “Mr Pipeline”, Gerry Lopez, que recebeu um wildcard por ser patrocinado pela Chiemsee. Sunny estava a liderar o heat, com Lopez em segundo, o que deixaria Ross fora do evento já que o terceiro classificado seria eliminado. Nos últimos minutos Gerry propositadamente fez uma interferência a Williams, pois não queria influênciar o seu resultado, que entretanto passou para segundo lugar.

Isso fez com que o “low seed”, que compete com o número 1 do ranking, no round 2 fosse Mark Occhilupo, que estava a fazer o seu regresso à competição. Depois de alguns anos a engordar no sofá, o ícone australiano começou a treinar de novo e fez algumas finais nos Special Events do seu patrocinador, os Billabong Challenge. Na época ambos os surfistas, Sunny e Mark, eram patrocinados pela Billabong, que ainda não tinha tido um campeão mundial desde a mudança para duas divisões, CT e QS. E foi visível que Occy facilitou o percurso a Sunny, mas as ondas boas vinha todas ter consigo enquanto que o havaiano encontrou poucos tubos, e perdeu.

Mesmo assim Rob Machado precisava de chegar às meias finais para passar para a frente no ranking e Kelly mantinha-se também na disputa, mas precisava vencer. Para infelicidade de Sunny os seus rivais continuaram a avançar e encontraram-se na meia-final. Era um heat que Rob precisava de vencer, e mesmo que não o fizesse seria campeão caso Slater não vencesse a final.

O heat entre os dois foi um dos melhores da história do surf profissional. Ambos fizeram notas excelentes e trocaram um “high 5” a meio do heat. No fim foi Slater que venceu o heat e depois bateu Occhilupo na final, vencendo assim o seu terceiro título mundial, terceiro Pipe Masters e primeira Triple Crown of Surfing!!

Brevemente em Exclusivos ONFIRE…
Sabias que a marca que patrocinou Pipe Masters de 1995, a Chiemsee, pagou a primeira viagem de Tiago Pires ao Havai?

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