José Gregório foi mais um dos grandes nomes do surf profissional português principalmente da década de 90 e fez a sua primeira e (única) capa na ONFIRE na edição 42 (Nov-Dez 2009).
Esta era uma época em que a internet e as redes sociais não tinham o peso que hoje têm como ferramentas na análise do “valor” de um surfista. Hoje a internet e as suas redes sociais são importantes meios para a carreira de um surfista, por isso onde se situa a importância das revistas de surf? Há quem defenda que os números das redes sociais não são mais do que uma febre e que não devem ter o peso gigante que outros defendem, não só por não serem números verídicos a 100% (uma vez que é possível pagar para ter Likes, ganhar visualizações, etc, o que não fornece um número real do número de pessoas verdadeiramente interessadas nesse surfista) como por terem – os post, videos, fotos de Instagram, etc – um ciclo de vida rapidíssimo (um vídeo viral não terá mais do que três ou quatro dias de exposição). Do lado oposto, há quem defenda que os números dos Likes, Plays e Seguidores são as novas ferramentas medidoras da carreira de um surfista. E depois há quem defenda que é no meio que está a virtude.
Fazer a capa de uma revista sempre foi um dos momentos mais importantes da carreira de qualquer surfista, e talvez a melhor forma de dar retorno aos seus patrocinadores, mesmo nos dias de hoje…
Decidimos saber o que pensam os surfistas que já fizeram capa na ONFIRE sobre o que significa para eles, nos dias de hoje, a importância de uma capa. Depois de Marcelino “Bizuka” Barros e Miguel Blanco, José Gregório, ex-tri-campeão nacional, um guerreiro português do QS no seu tempo, e hoje Director de Marketing da Quiksilver Portugal, é o surfista que esta semana apresentamos na rúbrica “A Importância de uma Capa”. Aqui fica a sua opinião sobre “A Importância de Uma Capa” e o que esta mudou, ou não, nos dias de hoje…
O que representa para ti fazer capa de uma revista de surf?
Quando competia, há 10 anos atrás, ter uma capa era um dos highlights do ano. Mas isso era há 10 anos, muito antes desta Era digital. Nessa altura contavam as capas e as vitórias em campeonatos.
Quantas capas fizeste em revista de surf?
Já fiz várias capas em todas as revistas Portuguesas, ONFIRE, SurfPortugal, Surf Magazine (RIP) e até na 3Sesenta em Espanha. Contei 17, depois perdi a conta.
E alguma delas teve mais significado para ti?
Talvez tenha sido uma feita na Ilha Reunião a fazer um aéreo, até porque nessa altura ainda se viam poucos aéreos de Portugueses em revistas. Fiquei bastante contente até porque acertei a manobra.
Se pudesses escolher uma e apenas uma revista internacional para fazer capa qual escolhias?
Surfers Journal, ficam para a história…
Se hoje pudesses escolher uma foto tua para fazer capa como seria essa?
Gostava que fosse num tubo em Tehaupoo, porque nunca lá estive e já esta estou a ficar velho para aqueles buracos.
E se pudesses escolher uma foto SEM SER TUA para fazer capa como seria essa (pode ser surf ou lifestyle)?
Seria uma foto de um tubo numa slab, para mim são as fotos que mais impressionam. A Cave dá fotos lindas dentro de água.
O que preferias, fazer capa de uma revista de surf nacional ou ter uma foto com 10.000 likes no Instagram/Facebook?
No meu tempo não havia instagram, no fim já havia net, mas nada de FB ou outras redes sociais.
E preferias fazer capa de uma revista de surf internacional ou ter uma foto com 100.000 likes no Instagram/Facebook?
Acho que continuo a escolher a revista de surf, sempre a podia expor em minha casa.
(José Gregório foi um dos candidatos à cateogoria “Melhor Onda” da Segunda Temporada do MOCHE Winter Waves )
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