Se chegar ao WCT é o sonho de todos os surfistas profissionais não seria de esperar que estes agarrassem a oportunidade de lá permanecer com “unhas e dentes”? A resposta para 98% dos casos é sim, mas a ONFIRE descobriu os 2% que simplesmente desistiram das suas vagas no tour!

Shane Whener | Austrália

Shane Whener era um daqueles nomes que não mostrava grande potencial de se tornar surfista profissional mas acabou chegar mais longe que muitos dos mais celebrados talentos da sua geração. A sua carreira como júnior não foi muito impressionante e o seu surf inicialmente não “enchia o olho”, excepto em ondas pesadas. Mas isso não o impediu de perseguir o seu sonho e depois de alguns resultados sólidos no circuito australiano atirou-se de cabeça para o QS. Foram vários anos de trabalho duro nas “trincheiras” mas o poderoso goofy conseguiu evoluir muito ao longo dos anos e com algumas finais em 1998 qualificou-se para o tour do ano seguinte. Já no CT Shane mostrou bom surf mas o seu seeding não o favoreceu, perdendo em heats de notas altas contra grandes destaques do tour como Andy Irons em Bells,  Shane Beschen em Manly, Luke Egan em Teahupoo, Kalani Robb em Hossegor, entre outros. Perto do fim do ano já precisava de um pequeno milagre para se manter no circuito por isso, quando um dos seus patrocinadores lhe ofereceu uma vaga na empresa, optou por seguir essa direcção em vez de se mandar novamente para a dura vida no QS. Mas o milagre quase aconteceu e Whener fez a final do Mountain Dew Pipe Masters contra Kelly Slater. O segundo lugar não lhe deu a qualificação para o ano seguinte mas ficou tão perto que devido a uma desistência surgiu uma vaga que seria sua. Mas Shane já estava com outra “formatação” na cabeça e abdicou da vaga, resumindo a sua carreira no WCT a apenas um ano.

 

Menções honrosas:

Martin Potter & Dave Macauley | Austrália

Quantos surfistas largaram o tour no top10? Em 1994, foram dois, Martin Potter e Dave Macauley. Ambos ainda tinham competitividade para “espremer” as suas carreiras mais alguns anos mas optaram por sair enquanto estavam no topo, Dave tinha 31 anos e Martin tinha 29. Macauley, um cristão devoto, dedicou-se a várias actividades, incluindo a de shaper de pranchas. Já Potter ocupou várias posições, incluindo a de treinador e team managar e esteve para regressar ao tour via wildcard da ASP. No entanto, enquanto treinava para o seu possível “comeback”, sofreu um acidente com a sua prancha que deixou os seus intestinos de fora e a recuperação foi dura e longa, o que fez com que perdesse a oportunidade. Ambos estão de alguma maneira presentes na indústria do surf, Potter é comentador nos eventos da WSL enquanto que Dave hoje em dia é mais referenciado pela sua filha, Bronte, uma das melhores surfistas da sua geração e compete regularmente no Championship Tour feminino.

 

 

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