Chegar ao Championship Tour da WSL é um dos maiores feitos que um surfista profissional pode concretizar, mas a qualificação é só o começo. Uma vez na elite, cada heat é disputado entre os melhores surfistas de todo o mundo e mesmo alguns dos mais talentosos não se conseguem manter e acabam por nunca conseguir regressar.
Fica a conhecer 5 dos surfistas mais talentosos que não tiveram sucesso no Championship Tour…
Renato Wanderley – 1996
Muito antes da atual Brazilian Storm ter praticamente dominado o surf competitivo, uma série de talentos brasileiros foram ganhando espaço ao longo dos tempos num circuito até aí dominado por australianos, americanos e havaianos. “Renatinho” surgiu com um reportório bastante moderno para a altura, mostrando potencial para quebrar mais algumas barreiras e continuar a elevar o surf do seu país. Infelizmente uma série de resultados fracos nas primeiras etapas prejudicaram e o seu seeding para o resto ano, acabando por passar poucas baterias e terminando muito perto do fim do ranking. Anos mais tarde Wanderley ainda venceu uma etapa de pontuação máxima no circuito QS mas nunca voltou a ficar perto da requalificação.
Sasha Stoker – 2001
O australiano Sasha venceu o título mundial amador Open no ISA World Surfing Games do Brasil em 1994 e pouco depois atacou o circuito QS, conseguindo apenas a qualificação no fim de 200o. Infelizmente em 2001, a 11 de Setembro, aconteceu algo que mudou para sempre a história dos EUA, os atentados às Torres Gémeas. O impacto desse ataque terrorista chegou ao surf, fazendo deste o ano mais curto da história do Championship Tour (até 2020), com apenas 5 etapas, ao contrário das 10 etapas que eram o mínimo de eventos no circuito. Depois de 3 derrotas prematuras nas primeiras 3 etapas Sasha começou a recuperar terreno em Jeffreys Bay mas lesionou-se durante a prova. A etapa seguinte foi em Pipeline e apesar de ser um pico que favorecia o seu surf, Stoker foi eliminado cedo, caiu do tour e nunca regressou.
Marlon Lipke – 2009
O primeiro (e único até agora) alemão a conseguir a qualificação para o CT tinha potencial de fazer estragos no tour mas por alguma razão não surfou ao nível que nos tinha habituado. Marlon teve alguns momentos bons mas acabou por apenas passar dois heats no ano todo, em Teahupoo e Peniche. Mais tarde assumiu a nacionalidade portuguesa e até hoje é uma referência de power surfing no nosso país, mantendo-se como surfista profissional até à atualidade. Mas nunca mais voltou ao ritmo competitivo que tinha mostrado antes de entrar na elite do surf mundial.
Tanner Gudauskas – 2010
A “turma de 2010” foi a mais azarada desde o ano do 11 de Setembro mas por outra razão. Em 2010 a WSL adotou a controversa regra de rotação de 6 em 6 meses, algo que não durou muito mas que não deu tempo a uma série de rookies para se adaptarem. Um deles era Tanner Gudaukas, que por diversas vezes mostrou surf para fazer parte do Championship Tour mas, naquelas 5 etapas, não conseguiu mostrar o que sabia e acabou por ficar com apenas um semestre como membro do circuito.
Mitch Crews – 2014
Mitch corria o circuito QS com Jack Freestone e conseguiu a qualificação um ano antes. O seu surf parecia perfeito para as ondas do tour mas, apesar de ter começado bem, perdeu de primeira em 7 das 11 etapas de 2014. A sua saída parecia ser temporária mas, apesar de já ter voltado a ficar à porta da qualificação, nunca mais conseguiu regressar à elite.
Outros surfistas que não passaram do seu ano de estreia…
1994
Tadeu Pereira
Tinguinha Lima
1995
Larry Rios
Piu Pereira
1996
Dean Rendazzo
1997
Danny Melhado
1998
Fabio Silva
Adam Repogle
1999
Bryan Hewitson
Cristiano Spirro
2000
Keith Malloy
2003
Danilo Costa
2004
Eric Rebiere
2005
Kirk Flintoff
2006
Pedro Henrique
Jarrad Howse
2009
Tim Boal
Dustin Barca
Nathaniel Curran
2010
Marco Polo
Nate Yeomans
Blake Thornton
2014
Dion Atkinson
2016
Davey Cathels
2017
Michael February
2018
Tomas Hermes
2019
Soli Bailey
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