Ser surfista profissional é, para muitos, viver um sonho. Mas mesmo para alguns dos privilegiados, que conseguem fazer do surf a sua carreira, o percurso pode seguir caminhos errados…
A ONFIRE descobriu 10 ex-surfistas profissionais que já viram o “sol a nascer aos quadrados”.
Maurice Cole | Austrália
Maurice ganhou o estatuto de lenda no mundo do shape pela sua ligação a Tom Curren e por ter inventado o reverse vee. Foi com as suas pranchas que Taj Burrow surgiu no CT nos anos 90 e desde aí, mesmo com alguns altos e baixos, continua a ser uma referência como shaper. Mas poucos sabem que Maurice, que é descendente de aborígenes, era um dos melhores surfistas da Austrália e que a sua carreira chegou ao fim por ter passado três anos na prisão. Foi nos anos 70 que Cole foi apanhado com drogas e julgado como traficante, sendo eventualmente considerado culpado. Na época Maurice liderava o circuito de surf do seu estado e conseguiu uma permissão especial para participar em eventos de modo a garantir o seu título. Isso acabou por não se realizar já que foi banido do surf competitivo durante alguns anos. Anos mais tarde emigrou para França e foi onde conheceu Tom, quebrando pela primeira vez a ligação Curren/Merrick, que mesmo assim resiste até hoje. Foi com uma prancha sua que Curren venceu pela primeira (e única) vez no Havai, um momento que marcou o surf profissional pois o norte-americano optou por não usar o logótipo do seu patrocinador (Ocean Pacific) na mesma, um acontecimento que mudaria o destino da marca (podes ler mais sobre este acontecimento AQUI). Maurice Cole continua a shapear e apesar de não ter um team rider no CT há mais de uma década, as suas pranchas continuam a ser referenciadas como estando entre as melhores do mundo.
Matt Archbold | EUA
Archy é o típico talento de topo de uma época em que alguns surfistas profissionais viviam vidas como estrelas de rock, com tudo de bom e de mau que isso incluía. Matt era um dos mais talentosos surfistas dos anos 80 mas a arena competitiva nunca foi a sua “praia”. Na altura, a Gotcha, uma marca que esteve no topo na sua época e patrocinou muitos dos melhores e mais talentosos surfistas do mundo, pagava uma pequena fortuna a Archbold para ser ele próprio e exprimir a sua personalidade dentro e fora de água. E se na água era um “génio” do free surf, em terra acabou por cair nas armadilhas do seu estilo de vida, abusando das drogas e álcool. E foi com a bebida que se meteu em sarilhos. Na terceira vez que foi apanhado a conduzir alcoolizado foi preso, sendo obrigado a passar algum tempo “dentro”. Para ter uma pena mais reduzida aceitou passar 6 meses numa espécie de quinta prisão, onde trabalhou duro e no fim saiu renovado e com uma nova atitude perante a vida. Pode-se dizer que foi um caso de grande sucesso pois ainda hoje, mais de 20 anos depois, continua a ser uma referência e a fazer vida de surfista profissional.
https://vimeo.com/107070200
Jai ABERTON | Austrália
Jai foi o primeiro irmão Abberton a seguir a percurso de surfista profissional, e o que menos sucesso teve. De seguida foi a vez de Sunny, um dos fundadores do famoso gang australiano Bra Boys, e finalmente Koby, que ainda hoje se mantém como profissional. Em 2003, Jai matou um membro do gang, Tony Hines, e acabou por passar algum tempo preso. Eventualmente foi considerado que o fez em auto-defesa uma vez que Hines, um ex-presidiário, tinha intenção de o matar. No meio deste percurso quem também se habilitou a passar alguns anos na prisão foi Koby, por ter mentido à policia para defender o seu irmão. O seu caso demorou alguns anos a ser julgado e foi bem documentado no filme de Sunny, “Bra Boys: Blood is Thicker than Water”. No fim Koby seria ilibado. Actualmente vive entre Bali e a Austrália e lançou uma marca de roupa chamada “My Brothers Keeper”.
https://youtu.be/YJM10sgMcig
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