Alejo Muniz vence, e Freestone confirma-se?
Terminou o segundo WQS6000 do ano e em prova no último dia estava apenas o português, campeão do mundo júnior, Vasco Ribeiro. O surfista da Poça tinha vindo a fazer uma prestação brilhante até esta fase e tudo apontava que poderia levar o caneco para casa se continuasse a surfar como até ali.
Pela frente, Ribeiro tinha, no último heat dos quartos de final, aquele que viria a ser, no final do dia, o grande vencedor do evento, Alejo Muniz. Foi um heat de surf power e veloz, com Ribeiro a abrir com um 7.67 ao qual o brasileiro respondeu com um 7.77, deixando tudo por decidir com a segunda melhor onda de cada um. Muniz colocou logo um 7 como segunda melhor onda e deixou Ribeiro com a pressão de garantir uma nota na casa dos 8 para vencer.
O português acabou por não encontrar as ondas que necessitava e a sua segunda melhor nota acabou por ser um 4.90. Entretanto, Muniz trocava o seu 7.00 por um estrondoso 9.23, uma nota quase perfeita para fechar o heat com chave de ouro e eliminar, infelizmente, o português! Este não deixou, no entanto, de ser um excelente resultado para Ribeiro que começa assim o ano da melhor forma. De referir ainda que Ribeiro tem como objectivo principal este ano competir apenas nos WQS10000 (os “antigos” Prime) mas optou por competir neste WQS6000 pois tinha de ir para a Austália para receber o troféu de campeão do mundo júnior. Já que lá ia nada como entrar no evento, e a decisão foi óptima pois começar o ano com um 5º lugar num WQS6000 é excelente!
A grande final acabou então por colocar frente a frente Alejo Muniz e um dos grandes nomes do surf australiano, o ex-campeão mundial júnior (por duas vezes) e o namorado de Alana Blanchard, Jack Freestone. Freestone teve uma carreira júnior brilhante mas desde que se lançou no mundo do WQS nunca até hoje conseguiu um resultado expressivo. Sendo este apontado como um dos grandes nomes do surf australiano para vingar, muitos diziam já que Freestone não iria conseguir chegar à mais alta elite do surf mundial mas parece que este evento foi o ponto de viragem de Freestone.
Quem segue o surfista e os seus vídeos sabe que infelizmente são rarissímas as vezes que mostra em competição o que é capaz no free surf mas neste WQS tudo mudou! Apesar de não ter vencido, Freestone parecia que ia ser o vencedor do evento pois talvez ninguém tenha mostrado um jogo high performance tão forte como ele, aterrando toda uma variedade de incriveis aéreos, combinando-os com power surf.
Mas Alejo Muniz, no dia em que celebrava o seu 25º aniversário, tinha também uma palavra a dizer e foi de tal forma que o fez que deixou Freestone em combinação na grande final. Um 8.67 e um 9.73 foram as suas estrondosas notas da final e contra as quais Freestone pouco pode fazer.
De referir ainda o terceiro lugar do brasileiro residente em Portugal, Pedro Henrique. Este surfista já esteve no WCT e o seu grande objectivo continua a ser a requalidicação. Apesar de ter estado muito apagado no WQS nos últimos tempos, os portugueses sabem como o brasileiro anda a surfar. Em Newcastle, Henrique encontrou a fórmula perfeita e poderá ter ganho a motivação extra para um ano brilhante.
O próximo WQS acontecerá na Argentina no dia 31 de Março e que não deverá ter portugueses inscritos pois é um WQS1500. O próximo WQS expressivo acontecerá apenas no dia 28 de Abril em Lower Trestles, Califórnia, e será WQS10000 e onde estarão novamente os portugueses Morais, Ribeiro, Fernandes, Ferreira e muito provavelmente Tiago Pires e Nicolau Von Rupp.
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