Para o último dia do Bom Petisco Cascais Pro, a última etapa da Liga MEO Surf de 2019, estavam reservados apenas 4 heats e uma expressão session. Para trás tinham ficado as disputas pelos títulos nacionais, tendo Yolanda Hopkins garantido o feminino, uns meses antes em Ílhavo, e Miguel Blanco o masculino, no dia anterior.
A prova começou pelas 10 horas com as primeira meia final feminina, que defrontava Teresa Bonvalot e Carol Henrique. Foi uma disputa equilibrada entre duas surfistas que já se defrontaram dezenas de vezes, tendo ambas pontuado notas semelhantes, 7 e 7.10, cedo no heat. Carol tinha o melhor back up e liderava a minutos do fim até que Teresa, com uma manobra isolada de backside, fez uma nota de 6.1 e passou para a frente. Henrique respondeu logo de seguida, com uma direita com um bom cutback e uma batida mas os juízes não viram nela a nota para dar a volta a resultado, muito provavelmente devido à falta de secções mais críticas, e foi Bonvalot quem seguiu para a final. Na bateria seguinte Mafalda Lopes, a campeã da Europa Pro Junior de 2019, mostrou potencial de chegar à final mas Yolanda descobriu duas boas direitas, uma com algumas secções para fazer manobras fortes e outra com um tubinho, dominando assim a bateria para marcar presença em mais uma final.
Depois da expression session, vencida por Miguel Blanco, e uma homenagem a um competidor da Liga falecido recentemente, Ricardo Có, a primeira final, a feminina, entrou na água. Com uma grande batida de backside Teresa Bonvalot fez uma nota de 7.25 pontos, e rapidamente fez um bom back up com uma pequena esquerda. Yolanda Hopkins não baixou os braços, fazendo duas esquerdas com várias manobras e um tubo para ficar bem ao alcance da vitória. Foi a 5 minutos do fim que a campeã nacional em título apanhou uma boa direita e “recheou-a” de manobras fortes para receber uma nota muito justa de 9 pontos. Teresa passou para segundo, a precisar de 7.76 pontos, arriscando tudo num aéreo reverse para a esquerda, o que lhe deu 8 pontos, regressando assim à liderança e, eventualmente, vencendo a prova.
A final masculina tinha muito em jogo para Luís Perloiro, que tinha a oportunidade de vencer pela primeira vez na Liga. Para Miguel Blanco o objectivo já tinha sido cumprido, tendo revalidado o título nacional no dia antes. Mas o surfista de São Pedro ainda não estava despachado, depois de vencer a Expression Session menos de uma hora antes, estavam de olho em vencer mais uma prova do circuito para terminar o ano (ainda mais) com a chave de ouro. Blanco abriu com uma direita com um par de manobras para receber 5.25 e os dois dividiram a onda seguinte. Perloiro foi para a esquerda, onde fez um snap a soltar ligeiramente o tail no lip e uma manobra na junção para receber 5.65 pontos, enquanto que Blanco fez uma direita mais longa para receber 7 pontos e pouco depois ainda melhorou a sua situação com um par de manobras fortes para a esquerda, recebendo uma nota de 7.10, deixando Luís a precisar de 8.45 pontos. Com mais uma onda muito forte, de 9 pontos, Miguel Blanco deixou o seu adversário em combinação. Perloiro ainda conseguiu sair da combinação mas foi o actual campeão nacional quem acabou na frente e venceu o Bom Petisco Cascais Pro.
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