Terminou ontem à noite o Haleiwa Challenger, última etapa do circuito Challenger Series e, provavelmente a mais dramática de 2022.

A prova masculina era a que tinha mais vagas para o CT de 2023 ainda em aberto e nessa disputa estava ainda Frederico Morais, cujas remotas possibilidades de entrar no “cut” se “dissiparam” ao longo do dia. Kikas estava no terceiro heat do round de 16 contra Kanoa Igarashi, Morgan Cibilic e Kauli Vaast e, como já se esperava, Kanoa dominou com duas notas de 8 pontos. O segundo lugar foi disputado taco a taco entre os outros três surfistas. Para Cibilic, estava em jogo uma vaga no tour do próximo, mas teria obrigatoriamente que passar esta bateria. Infelizmente para ele, apesar de ter ficado perto, a disputa ficou entre Morais, que quase virou no fim, e Vaast, que avançou para as meias finais.

Desde cedo o grande destaque foi John John Florence, que chegou à final na companhia de Kanoa Igarashi, Ryan Callinan e Michael Rodrigues, que garantiu a sua vaga nesta prova. Apesar de Igarashi e Ryan também surgirem como fortes candidatos, mais uma vez Florence provou que quando está no seu melhor, não tem adversários e venceu a prova, deixando Igarashi em segundo, Rodrigues em terceiro e Callinan em quarto.

Mas se houve uma categoria com muita emoção, foi a feminina. Apesar de realisticamente apenas haver uma vaga ainda em disputa, havia três fortes candidatas ao Championship Tour de 2023. A primeira a ficar de fora foi Alyssa Spencer, mas não o fez antes de superar a pontuação de Teresa Bonvalot, por ter terminado em 9º lugar. Isso obrigou a portuguesa a avançar para as meias finais e foi o que fez, numa bateria de poucas ondas mas muito disputa, passando em primeiro, com Bettylou Sakura Johnson em 2º.

Nas meias finais estava também Sophie McCulloch, que precisava de um pequeno milagre para conseguir a qualificação, vencer a prova. A australiana começou a preparar o seu milagre ao vencer a bateria das meias finais, deixando Eweleiula Wong em segundo, Kirra Pinkerton em terceiro e Molly Picklum em quarto. Bonvalot foi obrigada a também chegar à final para se manter na disputa e, em mais um heat super disputado, qualificou-se para a sua primeira final havaiana, atrás de Bettylou Sakura Johnson, eliminado Sawyer Lindblad e Gabriela Bryan.

Chegadas à final, Sophie McCulloch tinha que vencer e esperar que Teresa Bonvalot não fosse campeã. A grande favorita à vitória era Bettylou mas McCulloch conseguiu apanhar praticamente todas as ondas boas que entraram e acabou por ficar com uma liderança sólida. No fim a local, Sakura, quase deu a volta ao resultado, mas recebeu uma nota de 9.27, a precisar de 10, acabando em segundo, com Teresa em terceiro e Eweleiula Wong em quarto.

Contas feitas Teresa e Sophie empataram no ranking, quer nas 4 etapas que contam, quer nos descartes. O desempate foi a favor de McCulloch, por ter vencido mais baterias que a portuguesa, acabando por conquistar a vaga no tour de 2023. Apesar de ter feito uma campanha incrível, Teresa Bonvalot acabou por ficar fora do Championship Tour, mas mostrou que tem tudo para lá estar e que eventualmente conseguirá cumprir esse objectivo.

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