A 5 minutos do fim da final Sebastian Zietz virava o heat a seu favor e passava para a improvável segunda posição do ranking.
Nas últimas semanas muito se tem falado sobre a improbabilidade de ter um líder do circuito como Matt Wilkinson, mas Sebastian conseguiu fazer algo que parecia mais impossível de acontecer.
Isto porque “Seabass” não tinha conseguido a qualificação para o tour de 2016. No início do ano o havaiano do Kauai treinou como nunca antes para voltar ao lugar onde merece estar, mas nas etapas do QS em que participou não conseguiu melhor que 17º, 25º e 49º lugares, o que não são resultados impressionantes. Mas o facto de estar a competir no circuito de qualificação fez com que estivesse ainda na Austrália quando descobriu que seriam vários os competidores do Championship Tour que iriam estar ausentes nas primeiras etapas do ano.
Isso fez com que abordasse o “comissário”, Kieren Perrow, mostrando a sua disponibilidade e vontade de competir e a oportunidade foi-lhe dada. Desde a primeira prova que Zietz andava a fazer notas altas em muitos heats, graças a um tipo de carve que desenvolveu. A manobra consiste em começar a curva o mais perto do lip possível e descer a onda só com rail na água, apoiado por uma mão no outro rail e outra na água. Os júris gostaram do risco da manobra e tem sido a sua principal arma para ir passando heat até chegar às meias finais do Drug Aware Margaret River Pro.
Apenas 4 surfistas estavam em prova neste último dia, todos mais “cotados” que o havaiano. Joel Parkinson já foi campeão mundial e neste tipo de ondas é quase imbatível e teria passado para a final se não fosse por um inspiradíssimo Julian Wilson. Este surfista, que foi candidato ao título no ano passado, foi “atacado” por duas ondas fortíssimas de Joel no início do heat, mas manteve a calma e descobriu uma onda boa no fim do heat. Com dois carves e um tubo passou para a sua primeira final do ano.
Na meia-final seguinte Ítalo Ferreira era o grande favorito contra Sebastian, mas o havaiano manteve a forma enquanto que o brasileiro fez alguns erros, e garantiu a primeira final no Championship Tour da sua carreira.
Zietz optou por não sair da água nos 20 minutos entre as meias e a final e parece não ter perdido o ritmo. Julian foi muito competitivo nos primeiros minutos do heat e ao fim de muito pouco tempo tinha o seu adversário em combinação. Mas não durou muito já que Sebastian usou a sua principal arma e seguiu-a com um floater uma onda de set para conseguir 9.1. Depois de uma pausa de quase 20 minutos sem ondas, Zietz foi mais feliz no fim do heat, conseguindo a vitória.
Ao fim de três etapas o top4 do tour é um dos mais surpreendentes do ano, com Matt Wilkinson em 1º, Sebastian Zietz em 2º, Ítalo Ferreira em 3º e Kolohe Andino em 4º lugar. Será que o Brasil (8 a 19 de Abril) muda muita coisa?
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