Terminou hoje o ISA World Junior Surfing Championship, em Surf City, El Salvador, uma prova que decide os campeões mundiais de sub16 e sub18 masculinos e femininos, tal como a seleção campeã mundial.
A prova foi vencida por pelo espanhol Dylan Donegan na categoria Sub16 masculina, Dane Henry da Austrália nos Sub18, Ziggy Mackenzie também da Austrália em Sub16 feminino e Vaihiti Inso, do Havaí nos Sub18, com a Austrália a levar o título por equipas, seguidos do Havaí, França, EUA, Japão e Brasil.
Portugal ficou num “tímido” 14º lugar, um dos piores resultados de sempre, apesar de ter levado uma equipa forte. Entre os portugueses Matias Canhoto (sub18) e Jaime Veselko (sub16) foram os que mais avançaram na prova, terminando em 13º lugar enquanto que o resto da equipa terminou nas seguintes posições: Maria Salgado 19º, Erica Máximo 21º, Afonso Pinto 21º, Martim Fortes 33º, Constância Simões 37º, Mel Canhoto 41º, Sofia Matos 41º, Manuel Couto 57º, Miriam Julião 65º e Tiago Guerra 65º.
Infelizmente o que marcou este evento não foi o bom surf que a equipa apresentou, mas sim o polémico heat que se tornou viral pelas piores razões. Resumindo um pouco o acontecimento, Erica Máximo e Maria Salgado estavam no mesmo heat do round 5 de repescagem contra Willoy Hardy, da Austrália, e Rachel Aguero, da Costa Rica. No minuto final Rachel liderava, seguida da portuguesa Salgado, com Hardy em terceiro Máximo em quarto. A australiana entretanto ficou com prioridade e a precisar de apenas 2.4 pontos, apanhou uma onda com pouco potencial que tratou de espremer até ao fim para se garantir na fase seguinte. No entanto, enquanto surfava, Erica entrou na onda e tentou impedir o seu percurso, chocando com ela, empurrando e gritando. Mesmo assim Willow manteve o foco e fez a nota que precisava, 2.9 pontos, para avançar para o segundo lugar e eliminar ambas as portuguesas.
Marcações e outras estratégias para ajudar a equipa fazem parte do dia a dia de qualquer prova por seleções, e esse foi o objetivo de Erica Máximo, ajudar a sua companheira de equipa e a seleção portuguesa. A intenção era boa, mas a execução foi infeliz e irrefletida. Mesmo após um pedido de desculpa sentido à equipa australiana e à organização, Erica foi desclassificada, o que acabou por custar duas posições à equipa portuguesa, juntamente com uma multa. O castigo poderá ou não ser exagerado, dependendo do ponto de vista. O que foi claramente exagerado foi a “crucificação virtual” de que esta surfista foi vítima nas redes sociais. O vídeo deste acontecimento rapidamente apareceu nos mais diversos websites de surf e redes sociais, sempre carregados de comentários quase exclusivamente negativos. É importante perceber que todos erramos, e que poucos já viveram a intensidade de um evento desta dimensão. Já para não falar que ao longo dos anos assistiu-se a muito pior em eventos do EuroSurf, ISA e WSL, com consequências inferiores. Não que isso justifique a ação da surfista portuguesa mas, no final do dia, nada de grave aconteceu e está na hora de seguir em frente e trabalhar para melhorar nos próximos eventos.
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