O sexto dia em Lacanau foi muito pesado para a armada portuguesa, com Pedro Henrique a ser o único sobrevivente!

O quinto e penúltimo dia do Médoc Océan Lacanau Pro, QS1500, amanheceu com um bom swell de metro e meio e sets maiores, e algum vento onshore à mistura. Foi um daqueles dias em que tão importante como a técnica de surf é a condição física.

A prestação portuguesa começou com Tomás Fernandes e Eduardo “Edu” Fernandes que, no mesmo heat, defrontavam Cristobal De Col e Dylan Lightfoot. Edu foi quem mais dificuldade teve em encontrar ondas no agueiro que volta e meia bombava umas esquerdas perdidas, e acabou o heat em quarto lugar. Já Tomás encontrou uma onda boa na qual garantiu uma nota alta, um 7.10, e que acabaria equiparada à melhor onda de cada um dos seus adversários. Esta onda foi a sua segunda (e acabaria por ser a última) e foi surfada quase 10 minutos depois da sua primeira, um 4.34. Foi uma esquerda bem trabalhada com muito power em cada rasgada e uma transição de manobras perfeita. O jovem surfista da Ericeira encontrava-se em segundo lugar e a dar a correr pela areia para depois usar a forte corrente para o recolocar no “caldeirão de esquerdas”. Enquanto Tomás “dava a volta”, Lightfoot acabaria fazer a esquerda que lhe daria o segundo lugar. Tomás ainda apanhou uma onda mas esta já foi depois da buzina final. Os dois Fernandes em prova acabariam desta forma a sua prestação em Lacanau.

Miguel Blanco foi o próximo a entrar e tinha pela frente o vencedor do ano passado, Maxime Huscenot, assim como o voador Leon Glatzer e o basco Naxto Gonzalez. As condições continuavam muito dificeis e a melhor opção eram as esquerdas que reformavam no inside e que, no meio da corrente, ofereciam paredes manobráveis. Blanco conseguiu encontrar duas com potencial e não vacilaou, surfando muito solto e com power e acabando o heat com um 7.10 e um 6.43, média que lhe garantiu o segundo lugar atrás de Huscenot.

O evento entaria depois em on hold durante umas horas e quando recomeçou, com o round 4, restavam  três portugeses em prova. O primeiro a competir foi Pedro Henrique logo no primeiro heat. O surfista do Guincho levou o seu tempo a surfar a primeira onda, e quando o fez já os seus adversários estavam com bons scores, com destaque para uma nota quase perfeita de Nelson Cloarec, um 9.70, logo no primeiro minuto do heat. Mas Henrique não vacilou e depois de uma boa rasgada e uma paulada a tirar o tail, deu um reentry no poderoso shorebreak e garantiu um 7.00. Com dois minutos para terminar, Henrique encontrou mais uma esquerda boa onde garantiu uma nota sólida de 8 pontos, e com esta garantia também o segundo lugar de um heat que foi muito disputado até ao final. A armada portuguesa começava assim o quarto round da melhor forma.

No heat seguinte tínhamos Frederico Morais, que tinha pela frente Marc Lacomare, Andy Criére e Yago Dora. Criére começou o heat forte com duas ondas quase excelentes e a média, 16.00, que o acabaria por colocar no segundo lugar no final do heat. Morais começou por apanhar algumas ondas sem expressão e foi já na segunde metade do heat que com uma rasgada forte, um floater e uma explosão na última secção da onda encaixou a sua primeira onda sólida um, 7.30. Lacomare respondeu com um 7.70 e deixou Morais a precisar de uma nota na casa dos 8 pontos para garantir o segundo lugar e a passagem do round, uma vez que Criére mantinha uma forte liderança nesse momento. Morais apanhou uma nova esquerda mas que não deu para mais do que duas boas manobras mas que não lhe valeram um 8 mas sim um 7. Morais era assim eliminado deste Médoc Océan Lacanau Pro, com Lacomare em primeiro e Criére em segundo.

Três heats depois e Miguel Blanco, no heat 7, voltava a entrar na água, desta vez contra o líder do QS, Leonardo Fioravanti, o francês Paul Cesar Distinguin e o sul-africano Dylan Lightfoot. Blanco trocou as esquerdas pela direita e abriu o heat forte com um 7.33. Blanco foi depois para as esquerdas onde estavam os seus restantes adversários mas não conseguiu encontrar mais do que um 3.87. No entanto, esta média deu-lhe para manter o segundo lugar até três minutos da buzina final. Em terceiro estava Lightfoot que não necessitava de uma onda alta para roubar o lugar a Blanco, e foi numa esquerda com uma rasgada e uma paulada fortes que conseguiu a sua melhor nota, um 6.73, e o segundo lugar de Blanco. O surfista de São Pedro tinha pouco mais que um minuto para fazer um seis, dirigindo-se para as direitas onde começou o heat. Ainda teve uma última oportunidade mas depois de uma boa rasgada uma junção impossível acabou com a oportunidade do português, apesar deste ainda ter dado o tudo por tudo para manobrar naquela massa de água francesa.

O penúltimo dia do Médoc Océan Lacanau Pro terminava assim para os portugueses e era, a par com o segundo dia de competição, o mais pesado.

Resta assim um único surfista a defender a bandeira nacioanl, Pedro Henrique, que poderás apoiar ao vivo AQUI amanhã, último dia deste QS1500, e cujo heat é o seguinte:

Round 5
Heat 2: Nomme Mignot x Pedro Henrique x Joan Duru x Andy Criere

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