André Moi, Maria Dias, Francisco Queimado e José Champalimaud venceram este domingo a 1ª etapa do Circuito ASCC Caparica Power 2022 sponsored by Almada Forum presented by Billabong powered by Native Açaí e Go Chill. A prova organizada pela ASCC (Associação de Surf da Costa de Caparica) decorreu durante dois dias na Praia do Marcelino com ondas épicas de 2m no sábado num dia quente de Verão de São Martinho assistindo-se a um elevado nível de surf com várias notas excelentes passando para ondas de 1m com alguns sets maiores, mas afetadas pelo vento sul no domingo.
A mudança do estado do mar obrigou muitos atletas a alterarem a sua estratégia e procurarem fazer o maior número de ondas construindo as suas pontuações em vez de serem seletivos. Com a dificuldade em fazer a ligação da onda deste o outside até ao inside os surfistas ou arriscavam tudo numa manobra forte na secção crítica inicial ou numa finalização.
Na categoria Open a final foi constituída por alguns surfistas que têm experiência de competição no circuito mundial de qualificação. Francisco Almeida abriu a contagem com uma onda de 5.50 pontos em 10 possíveis tendo minutos mais tarde elevado a fasquia para o patamar da excelência com uma onda de 8.50 pontos. Nesta rara onda para a direita que ligou com o inside o atleta realizou uma boa combinação de manobras críticas deste o outside completando com uma manobra forte na finalização. O score total seria suficiente para vencer a final, mas uma interferência deitou tudo a perder deixando a porta aberta para André Moi ter subido à primeira posição a poucos minutos de terminar a bateria e ter-se sagrado vencedor. Francisco Almeida ficou em 2º, Alan Saulo em 3º e Tomás Arroja em 4º.
“Foram dois dias muito diferentes em que no sábado as ondas estiveram grandes e perfeitas e no domingo o vento sul dificultou bastante, mas estava igual para todo o mundo”, referiu André Moi. “Ganha sempre quem apanha a melhor onda, não usei qualquer estratégia especial e foquei-me no meu surf e em apanhar ondas. Só tenho surfado aos fins-de-semana e sabia que os atletas tinham alto nível e para mim foi um privilégio ganhar a final”, concluiu.
No Feminino o derradeiro heat desta etapa foi composto pela atual campeã nacional Pro Júnior, Erica Máximo, pela atual campeã nacional de Sub-18, Beatriz Carvalho acompanhadas de Maria Dias e Carlota Chaveiro. À excepção desta última, as outras três atletas integraram a seleção nacional que disputou o Eurosurf Junior, campeonato da Europa de Juniores, realizado no passado mês de Julho em Santa Cruz.
Maria Dias e Beatriz Carvalho abriram as hostilidades com ondas na casa dos 4 pontos com a liderança a ficar com a primeira. O ataque ao primeiro lugar de Beatriz surgiu com uma onda de 5 pontos onde realizou um bonito carve de fronstide mas na onda logo atrás surgiu Maria a defender a sua liderança com um ataque de backside que valeu 6.50, a melhor da bateria. A jovem surfista da Costa de Caparica já não deixaria fugir a vitória deixando a também local Beatriz Carvalho em 2º lugar, Erica Máximo em 3º (que reagiu já no final com uma onda de 5.23 mas insuficiente para virar o resultado) e Carlota Chaveiro em 4º.
“A minha estratégia era fazer muitas ondas até encontrar uma que desse para fazer boas manobras e bons scores”, afirmou a vencedora. “Mais perto do final consegui fazer a tal onda de 6.50 pontos que me garantiu a vitória. Comecei com uma direita, mas vi que estavam a morrer muito e apercebi-me que as esquerdas é que tinham o maior potencial. Agora é treinar e competir nos campeonatos da ASCC e estar mais forte para o ano”, finalizou.
Nos Sub-21 foi Francisco Queimado quem venceu superiorizando-se à concorrência com uma boa estratégia ao apostar nas esquerdas onde realizou manobras fortes e críticas que lhe valeram 6.00 e 4.23 pontos nas suas duas melhores ondas, terminado com o score de 10.23 pontos. Bruno Mendonça teve um arranque positivo de bateria, mas acabaria no 2º lugar com Guilherme Costa em 3º e Simão Silva em 4º.
Na categoria dos mais novos, Sub-16, assistiu-se a uma final renhida com José Champalimaud a começar forte assumindo a liderança. Mas Miguel Lages com uma onda de 5.00 pontos conseguiu passar para o primeiro lugar. Contudo, não conseguiu evitar a reviravolta de Champalimaud quando este virou novamente o resultado a seu favor com uma onda de 5.10 pontos. Quando a buzina soou, José Champalimaud terminou em 1º, Miguel Lages em 2º, Diogo Horta em 3º e Sun Malka em 4º.
“Finalmente conseguimos arrancar com o circuito depois de vários adiamentos devido às condições do mar”, afirmou o presidente da ASCC, Miguel Gomes. “Temos agora estas duas etapas que contam para a qualificação para o Special Event no qual vamos ter os melhores surfistas do circuito a competir pelos títulos e bons prémios. Tivemos quase 100 inscritos e tivemos de gerir o número devido ao tempo de prova por causa dos dias mais curtos. Temos aqui atletas de alto nível com experiência internacional que vêm acrescentar valor às provas e puxar pelo nível de todos os surfistas”, salientou.
A 2ª etapa realiza-se já no próximo fim-de-semana (19 e 20 de Novembro) e irá definir o conjunto de surfistas que se irão qualificar para o Special Event de forma a lutarem pelos títulos de campeões e bons prémios.
Até lá, boas ondas
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