A caminho de Portugal o título mundial parecia estar a “apertar” e havia possibilidades matemáticas de Mick Fanning se sagrar campeão. Mas ao fim de 3 rounds o champanhe e a taça já podiam ser enviados para o Havai pois o top4 do circuito tinha sido “dizimado”. E por detrás desta “baralhada” no ranking estavam os dois wildcards portugueses.

O dia tinha começado cedo com condições “bonitas” mas havia fortes dúvidas de como ficariam as ondas ao fim de algumas horas. Ainda por terminar estava o round 2 e a única grande surpresa desta fase foi a qualificação de CJ Hobgood para a fase seguinte frente a Kai Otton. Hobgood vai reformar-se este ano e esta será a sua última prova como top do Championship Tour em Portugal. Mas, ao bater o vencedor desta prova em 2013, “sobreviveu para lutar outro dia” ou, como se iria confirmar um pouco mais tarde, “para lutar mais algumas horas”.

Esperava-se um grande confronto para abrir o round 3 pois defrontava dois surfistas com approach algo semelhante, Filipe Toledo VS Mason Ho, “máquina competitiva” VS Free Surfer. Toledo fez o seu papel com alguns aéreos impressionantes, e mesmo falhando por muito pouco um 540º, dominou o heat enquanto que Ho ficou à espera de algo que nunca apareceu e foi eliminado.

A surpresa seguinte foi a eliminação de Kelly Slater frente a Brett Simpson no heat 3 do round 3, que simplesmente não mostrou o seu melhor surf e ficou a um “Hail Mary” de vencer o heat. A esta altura não se esperava que as ondas aguentassem a maré a encher mas, para surpresa de todos, o mar cresceu e o espectáculo continuou.

Frederico Morais estava no heat 6 contra o “camisola amarela” do tour, Mick Fanning, e começou logo com uma onda fortíssima. Um carve com muito power no outside, uma batida e uma finalização com uma batida forte na junção deu-lhe uma nota excelente, 9.13, o que lhe permitiu comandar o heat. Debaixo da prioridade de Fanning, que nesta altura já batia com as mãos na água, visivelmente incomodado por estar na situação que estava, “Kikas” apanhou duas esquerdas e uma direita, conseguindo um back up de 6.83 e dois descartes na casa dos 6 pontos. Fanning saiu da combinação em que se encontrava com uma boa direita mas a primeira manobra foi um floater, o que não lhe permitiu passar dos 8.4 pontos. Mick ainda respondeu com mais uma onda de 6 pontos mas, de backside, frederico conseguiu aumentar o requisito de para 7.64 e por mais que tentasse “vender” ondas ao português este não as comprou e venceu o heat.

Adriano de Souza estava no heat seguinte contra Vasco Ribeiro e deve ter achado que tinha uma oportunidade de ouro de passar para o topo do ranking. Mas o surfista de S. João do Estoril tinha outros planos. Apesar de Vasco ter falhado algumas oportunidades no início do heat a verdade é que Adriano não capitalizou, fazendo apenas um par de notas 5, melhorando a sua posição mais tarde com uma nota 6. Mas apenas foi preciso uma onda boa para Ribeiro passar para a frente. Numa esquerda difícil de surfar Vasco deu três grandes “biscas” de backside e passou para a frente com alguma vantagem. O seu back up também era forte graças a alguns snaps e uma reentry voador para terminar. Os dois fizeram um pouco do jogo “gato e o rato” até ao tempo chegar ao fim e quando soou o toque mais uma página da história do surf português tinha sido escrita.

Para terminar a fase o último top5 da prova, Gabriel Medina, foi testado pelo seu conterrâneo Caio Ibelli, numa repetição de uma final que também fez história. Medina estava a dominar até Ibelli dar um grande tubo para a direita e mesmo falhando um aéreo no fim recebeu a nota de 9.77. O campeão mundial em título apenas precisava de uma onda de 7.8 para passar para a frente mas o tempo começava a escassear. Foi aí que “Gabi” apanhou uma direita e depois de uma batida deu um aéreo 360 de backside full rotation e recebeu a nota de 9.5, e a vitória. Isso permitiu-lhe manter-se na disputa pelo título e, caso vença, chegar ao Havai numa boa posição para revalidar o título.

A esta altura a maré já estava muito vazia e o sol já baixava mas as ondas estavam incríveis e a organização meteu os dois primeiros heats do round 4 na água. No primeiro Filipe Toledo ao fim de poucos minutos já tinha duas notas 9 pontos, graças a um tubo e, claro, um aéreo impressionante e acabou por vencer o heat apesar de Kolohe Andino ter feito uma nota 10 e um 8 e Brett Simpson ter pontuado também dois 8s.

Seguiu-se o heat de Frederico Morais contra Joel Parkinson e Nat Young. Mais uma vez o português abriu com uma onda de 9.17, graças a um longo tubo para a direita. Young foi quem atacou mais a sua posição e até Parkinson fez um bom tubo mas quando o dia de prova acabou ambos ficaram a precisar de mais uma nota para passarem directo para os quartos de final. Morais, por sua vez, continua a sua incrível prestação, provando que está ao nível dos tops do CT e o mesmo se pode dizer de Vasco Ribeiro!

E assim terminou um dia de prova que só pode ser descrito como ÉPICO! Acompanha o próximo dia de prova em directo AQUI!

 

Comentários

Os comentários estão fechados.