Com a vitória de Julian Wilson esta madrugada no Billabong Pro Tahiti, temos sete etapas e sete vencedores diferentes. E isto, assim como os resultados dos primeiros nove surfistas do ranking, torna este ano o mais interessante dos últimos na disputa pelo título mundial. A manter-se esta conjugação de factores e chegaremos a Pipeline com um número recorde de potenciais campeões do mundo.

Ontem, como esperado, foi mais um dia gigante em Tehaupo’o pois realizou-se toda a competição desde o round 4 até à final. Mas foi mesmo nos quartos de final que as coisas começaram a aquecer. Medina dizimou Wright com a primeira média do dia daquelas que Teahupo’o nos habitua, 18.23, o que se traduz em tubos excelentes, tendo sido um deles um 10 perfeito, não só graças a um tubão como a duas manobras insanas que podes rever no vídeo abaixo.

 

Andino apanhou as melhores e deixou Dantas para trás, e Jordy Smith mostrou que este pode ser o seu ano eliminando o favorito à vitória, John John Florence – que no final do dia venceu o troféu Andy Irons atribuído ao surfista mais atirado – num heat muito bem construído pelo sul-africano. Esperou as melhores e não as desperdiçou, mostrando uma técnica de tubos de backside como há algum tempo não víamos de Smith.

E para teminar esta fase, Wilson acabava com a dream run de Duru, que poderia ter sido diferente caso o francês tivesse saído de um caroço pesado mesmo no final. Este cenário mostrava aquilo que em Tehaupo’o é frequente, nenhum surfista está seguro pois quando a onda mostra a sua verdadeira cara, as notas excelentes só podem sair de uma forma, como pipocas!

As meias finais viram o mar adormecer um pouco para ambos os heats e Medina foi quem conseguiu encontrar as melhores eliminando Kolohe Andino enquanto Wilson eliminava Smith. Ambos os eliminados faziam em Teahupo’o os seus melhores resultados de sempre e, com este lugar, aliás, já com a sua qualificação para os quartos de final, Smith assumia a liderança do ranking mundial, que roubava a Wilkinson.

 

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Wilko perdeu a licra amarela ao perder no round 5 para Wigolly Dantas. Photo by WSL | Cestari

 

Teahupo’o decidiu não desiludar para a final. Com sets a rondar os três metros e algum vento side-offshore forte, os canudos não eram daqueles mega perfeitos mas isso até tornava as coisas mais interessantes pois secções pesadas e “feias” caíam à frente dos competidores e quem as dominasse venceria.

Fast forward para os cinco minutos finais do derradeiro heat e Wilson encontrava-se numa situação complicada pois Medina era dono de um 8.67 e um 9.20. O australiano só ficou em combinação por uns segundos pois respondeu ao 9.20 de Medina com um 8.10, o que o deixava a necessitar de uma nota quase perfeita para vencer a final.

 

 

Wilson virou a final a seu favor em cinco minutos graças a tubos como este. Photo by WSL | Cestari

Wilson virou a final a seu favor em cinco minutos graças a tubos como este. Photo by WSL | Cestari

 

Mas Wilson em vez de uma decidiu fazer duas quase perfeitas. Em cinco minutos, e é esta grande parte da magia e beleza deste evento, o australiano encontrou duas bombas incríveis que lhe valeram um 9.23 e um 9.73, sendo que a última poderia ter sido um 10 caso tivesse completado o insano roundhouse que deu depois do tubo que deve ter dado o maior bafo em todo o evento. Esta era uma daquelas ondas que quebra no west bowl e que se transformou por isso mesmo num tugo largo, pesado e com um bafão do demónio.

Mais cinco minutos, aliás mais uma oportunidade para Medina e o heat mudaria novamente certamente pois também o brasileiro estava infalivel na sua performance mas a buzina de Teahupo’o tocou pela última vez em 2017 e Julian Wilson saiu como o campeão do Billabong Pro Tahiti 2017, subindo assim três lugares no ranking, estando agora em quinto lugar.

 

 

Smith, como dissemos, lidera, seguindo-se JJFlorence, Matt Wilkinson (anterior camisola amarela), Owen Wright, Julian Wilson, de Souza, Medina, Parko, Toledo e o rookie Connor O’Leary em décimo.

Frederico Morais, o português, desceu duas posições, estando neste momento em 14º lugar do ranking o que o colocaria no CT em 2018 facilmente. As maiores subidas foram mesmo de Duru e Wiggolly, seis posições para ambos, que se encontram agora em 16º e 19º respectivamente.

O tour segue para os EUA, para a etapa mais performance do CT, Trestles, etapa que começará dia 6 de Setembro, o que dá cerca de um mês de descanso (ou não aos que optarem por fazer os QSs na Europa) aos melhores do mundo!

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