O tão anunciado evento de sonho, o Quiksilver e Roxy Pro G-Land, acabou por ser uma sombra do “prometido”. Depois de três edições nos anos 90 com ondas épicas a edição de 2022 não conseguiu repetir o feito, o que não quer dizer que as ondas estivessem propriamente fracas, ficaram foi abaixo do esperado mas muito acima do padrão de qualidade de muitas outras etapas do tour.
Depois de vários dias sem prova, com muita festa e muito convívio longe da civilização, o evento voltou à água, em ondas a rondar o metro e meio nos sets. No penúltimo dia da prova as surpresas não pararam pois no round 3 Jadson André bateu, pela primeira vez na sua carreira, John John Florence, Matthew McGillivray superou Ethan Ewing e Connor O’Leary despachou Ítalo Ferreira, enquanto que Samuel Pupo tinha eliminado Kelly Slater na fase anterior.
No dia de todas as decisões o troféu parecia já ter dono, apesar da prova ainda estar nos quartos de final. No seu confronto contra Jadson, Gabriel Medina mostrou-se vários níveis acima do seu conterrâneo, destruindo a sua primeira onda para receber uma nota de 8.5, eventualmente vencendo por combinação. Contra Jack Robinson nas meias finais parecia que estávamos a assistir a “mais do mesmo” até que, na última troca de ondas, Jack virou o resultado a seu favor, recebendo uma nota de 7.83 pontos, contra os 7 pontos de Medina, passando para a frente e garantindo a sua segunda final consecutiva.
Na final Jack Robinson encontrou o líder do ranking, Filipe Toledo, em mais um confronto em que se surfaram poucas ondas. Toledo liderava a segundos do fim, mas Jack tinha a prioridade e usou-a mesmo em cima do toque encaixando uma forte manobra no lip, seguida de uma paulada e um reentry. À primeira vista a sua onda parecia abaixo do requisito dos 6.59 pontos que precisava mas, como tem sido a norma quase sempre que este australiano tem um heat “apertado”, os juízes viram o resultado a seu favor, o que lhe garantiu a segunda vitória consecutiva.
Na prova feminina a final foi entre Carissa Moore, que já tinha garantido a liderança do ranking, e a francesa da Ilha Reunião, Johanne Defay, que é uma autêntica expert em point breaks de esquerda. Depois de vencer em Uluwatu e Fiji, Johanne garantiu esta que foi a sua 5ª vitória no tour, saltando da oitava posição do ranking para a terceira.
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