Depois de mais de 10 dias em que as condições nunca estiveram como previsto em Supertubos, Peniche, no 11º dia as ondas estiveram finalmente perfeitas, superando todas as expectativas. Esta que é a penúltima etapa do Championship Tour de 2019 tinha muito em jogo e para as finais as ondas rondaram os dois metros, com pouco vento e muitos tubos.
Os primeiros heats ainda não usufruíram de condições épicas, começando com ondas muito rápidas a rondar o metro e metro e meio. Primeiro na água estiveram dois surfistas que estão incluídos na disputa pelo título, Jordy Smith e Kolohe Andino. Foi o sul africano quem se mostrou em melhor sintonia com as condições, encontrando algumas secções sólidas para fazer manobras fortes enquanto que Andino andou sempre à procura de virar o heat com um grande voo ou um grande tubo, algo que não se concretizou.
Seguiu-se mais um confronto que não desiludiu, Filipe Toledo contra Kanoa Igarashi. Foi Toledo quem começou melhor, com uma boa esquerda com manobras fortes e alguns voos quase concretizado para a direita. Até que Kanoa se posicionou no sítio certo para uma das melhores ondas que apareceram, uma esquerda que teve direito a um bom tubo e duas batidas e quando fez mais uma onda cheia de manobras deixou Toledo a precisar de uma nota de 8.42. O brasileiro foi muito selectivo e chegou a apanhar uma direita com potencial para fazer uma nota excelente mas o tubo foi muito rápido e Filipe foi eliminado.
Na bateria seguinte, com ondas cada vez melhores, Caio Ibelli encontrou vários tubos e decidiu o seu destino cedo no confronto. Peterson Crisanto só respondeu no fim do heat, com um bom tubo para a esquerda mas foi pouco, e tarde. Os quartos de final terminaram com a melhor bateria da prova, um confronto de gigantes entre companheiros de equipa, Ítalo Ferreira VS Jack Freestone. Ambos fizeram bons tubos e grandes aéreos, mas no fim Ítalo arriscou um pouco mais e voou um pouco mais alto, para vencer a disputa.
Depois foi a vez das baterias dos quartos de final femininos, em algumas das melhores condições não só desta prova como de todo o ano. Caroline Marks venceu a primeira bateria, um confronto de gerações que viu a novata bater a veterana, deixando a 7x campeã mundial, Stephanie Gilmore, fora da prova. Tatiana Weston-Webb e Sally Fitzgibbons não conseguiram usufruir dos tubos que apareceram nesta bateria e foi “Tati” quem, mesmo assim, venceu com larga vantagem.
Carissa Moore não podia perder a bateria seguinte para cumprir o objectivo de garantir o seu 4º título mundial. E foi o que fez, não só venceu mas fê-lo com autoridade. A sua adversária, Johanne Defay, é uma das surfistas mais respeitadas do tour pela sua competitividade e postura mas desta vez não conseguiu fazer frente à sua amiga havaiana. O melhor momento da bateria foi quando Moore fez um bom tubo para a direita, seguido de algumas manobras, colocando Defay numa combinação com a onda seguinte. Para terminar a fase, Lakey Peterson eliminou Nikki Van Dijk numa bateria de notas mais baixas que os anteriores.
Kanoa Igarashi parecia estar a caminho da sua segunda final do ano, dominando grande parte da bateria contra Jordy Smith. Foi muito perto do fim do heat que Smith usou o seu surf progressivo para virar o resultado com uma nota de 9.33, mantendo-se assim na disputa pela liderança do circuito. Na bateria seguinte Caio Ibelli esteve perto de superar Ítalo Ferreira com um par de notas de 7 pontos. Ferreira insistiu nos aéreos de backside até finalmente acertar um muito alto e virar a bateria para fazer a sua segunda final consecutiva.
Caroline Marks bateu Tatiana Weston-Webb com grande vantagem na bateria seguinte e logo de seguida realizou-se um heat que podia adiar, ou não, a disputa pelo título para o Havai. Se Lakey Peterson vencesse a bateria a disputa passava para Maui, e foi esse o foco da californiana. Lakey fez uma onda de 8 pontos e Carissa Moore ameaçou fazer melhor com um longo tubo para a esquerda, mas não encontrou saída e pouco depois estava a correr atrás de uma nota de 6.74 pontos, algo que não conseguiu fazer, sendo eliminada e adiando a disputa para a última etapa.
A final masculina foi praticamente vencida nos primeiros 5 minutos. Ítalo Ferreira abriu a final com a melhor manobra da prova, um aéreo reverse muito alto, recebendo uma nota de 10 pontos. Pouco depois, numa esquerda, fez um aéreo reverse de frontside e um reentry para deixar Jordy Smith numa combinação de 17.84 pontos. A situação apenas piorou para o sul africano, já que Ferreira continuou a acertar aéreos e aumentou a combinação para 18.43 pontos, vencendo a final e ficando com a liderança do tour.
Lakey Peterson começou mais forte na final feminina mas Caroline Marks fez bom uso do seu backside para começar a fazer notas sólidas. Lakey entretanto ficou a precisar de uma nota de 8.5 pontos, um requisito que, depois de de uma direita com três pauladas de backside de Marks, passou para uma combinação de 13.73 pontos. Caroline acabou com a vitória e como “bonus”, mantém-se na disputa pelo título mundial de 2019!
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