Foi em condições tempestuosas, até dois metros, que terminou um dos maiores eventos de surf do ano, o ISA World Surfing Games, prova com grandes implicações na qualificação dos melhores surfistas do mundo para os Jogos Olímpicos de 2020, local onde o surf se estreia como modalidade olímpica.
Qualificado para o evento ficou um surfista português, que na prática será Frederico Morais mas na teoria poderá ficar para outros dois lusos, dependendo dos seus resultados no próximo evento da ISA. Morais tinha perdido o seu primeiro heat do evento, no round 6 do main event, depois de conseguir a vaga olímpica, para os dois norte-americanos do top10 do CT, Kelly Slater e Kolohe Andino, mas no dia final avançou mais uma bateria na fase de repescagem.
O português começou com uma esquerda em que fez apenas uma manobra mas como era uma onda de set recebeu uma nota sólida para este dia, 6.40. O japonês Shun Murakami foi um dos grandes destaques desta prova e roubou cedo a liderança, deixando Kikas e Rio Waida a disputar o segundo lugar. Com uma direita com várias manobras fortes Frederico avançou com uma vantagem pequena para Waida e assim eliminou o último asiático do evento, oferecendo a vaga provisória a Shun.
Na bateria seguinte, o round 11 da repescagem, Frederico acabaria por ser eliminado por uma diferença muito semelhante à que teve para derrotar o indonésio, 0.04 pontos. Com notas de 6.3 e 6.23 Morais ficou bem perto de avançar mas desta vez as condições favoreceram Ramzi Boukhiam e Shun Murakami, deixando o português num excelente 7º lugar.
A final esteve perto de ser formada apenas por surfistas do top10 do CT mas o Shun juntou Kelly Slater à sua lista de “escalpes”, e avançou para a final juntamente com Ítalo Ferreira. Já à espera deles para o derradeiro heat da prova estavam Gabriel Medina e Kolohe Andino, para uma final que prometia ser épica. Com um aéreo de backside impressionante Ítalo Ferreira recebeu uma nota 10 e com um back up sólido garantiu a vitória. Os restantes finalistas perto do fim precisavam de uma combinação para lhe roubar o primeiro lugar e foi Andino quem ficou mais perto, com mais um grande voo para receber 9.43 e acabar na segunda posição, empurrando Gabriel Medina para terceiro lugar e Shun Murakami para quarto.
Contas feitas o Brasil dominou o evento, acabando à frente no ranking de selecções, seguida dos EUA, Japão e Peru, enquanto que Portugal terminou em 11º lugar.
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