O derradeiro dia da quarta etapa da Liga MEO Surf de 2022, o Allianz Ribeira Grande Pro, teve as melhores ondas da prova, com condições a rondar um metro, pouco vento e bons picos espalhados pela Praia de Santa Bárbara.

Foi um dia cheio de heats muito competitivos, como foi o confronto entre Tomás Fernandes e Pedro Coelho para abrir os quartos de final. Estes surfistas são amigos próximos mas nem por isso deram espaço um ao outro, acabando Fernandes por dominar o heat com algumas manobras muito explosivas. Guilherme Fonseca e Arran Strong, dois dos maiores destaques ao longo de toda a prova, também disputaram o seu heat taco a taco. Strong foi quem começou mais forte mas Fonseca estava implacável neste dia, virando o heat a seu favor com um surf de backside muito forte. Martim Nunes também começou bem no seu heat contra Frederico Morais, com uma nota de 6 pontos, mas quando fez outra onda semelhante já Morais estava a descartar notas altas, acabando por vencer com ondas de 8 e 7.5 pontos. Também Guilherme Ribeiro começou muito bem contra Eduardo Fernandes, com uma nota de 7 pontos, mas Edu, que tinha vencido esta prova há 14 anos, estava inspirado e com duas esquerdas consecutivas muito bem surfadas e uma direita e conseguiu fazer o suficiente para vencer o heat.

Dois surfistas da mesma geração, que já tinham competido juntos nesta prova, Tomás Fernandes e Guilherme Fonseca, estavam no primeiro heat das meias finais. O ponto alto para Tomás foi uma onda com uma manobra isolada que lhe garantiu uma nota de 6.6, mas Fonseca não parou de fazer ondas cheias de manobras e, com muita justiça garantiu a presença na segunda final da sua carreira. A segunda meia final foi entre dois surfistas que já tinham vencido aqui, Frederico Morais e Eduardo Fernandes. Foi uma disputa muito equilibrada, mas no fim foi Morais quem levou a vitória.

A categoria feminina já tinha o título nacional entregue, e mais uma vez foi dominada por Teresa Bonvalot, que venceu a final contra uma surfista muito jovem em grande ascensão, Maria Salgado, enquanto que Carolina Mendes e Camilla Kemp foram paradas nas meias finais.

A final masculina tinha muito em jogo. Caso vencesse Guilherme Fonseca seria o vencedor da Allianz Triple Crown e colocava-se numa excelente posição na disputa pelo título nacional. Mas não está na natureza de Frederico Morais de alguma forma facilitar o percurso de Fonseca, abrindo o heat com uma nota de 4.5 e pontuando várias notas de 7 pontos ao longo dos minutos seguintes, deixando Guilherme a 15 minutos do fim a precisar de uma nota de 8.15 para passar para primeiro. Entretanto o surfista da Lourinhã ainda fez uma onda de 7.75 para a esquerda, baixando o requisito para 7.61 a poucos minutos do fim, mas Morais tinha a prioridade e não saiu mais de perto do seu adversário. A situação não mudou e assim Frederico Morais sagrou-se campeão do Allianz Ribeira Grande Pro.

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