Depois de vários dias à espera de melhores condições para se reíniciar o Moche Pro Portugal Presented by Rip Curl, começaram a surgir os boatos de que a prova iria avançar logo na madrugada de segunda-feira. Os primeiros dois heats do dia eram potencialmente significantes na disputa pelo título mundial de 2013, o que dificultou que se fizesse este “arranque” mais cedo.

Infelizmente as condições não estavam como se esperava, não passando do meio metro com algum vento on-shore, piores até que no fim do primeiro dia de prova, altura em que os competidores optaram por não avançar. No entanto o tempo começa a “fugir” e apesar de ainda haver pela frente alguns dias no período de espera a previsão para o fim desta semana não é a melhor.

Juntando-se à equação o facto destes surfistas terem a obrigação de surfar bem em todo o tipo de condições não houve grandes dúvidas sobre este dia de prova e às 9 horas o primeiro heat já estava na água. Esta primeira bateria tinha dois companheiros de equipa da Rip Curl, Mick Fanning e o wildcard Francisco Alves e Fanning começou com o seu ritmo de campeão mundial, pontuando bem com um bom aéreo e algumas manobras encaixadas em muito pouco espaço de onda. Durante a primeira metade do seu heat Francisco Alves foi uma sombra de si próprio, mostrando-se bastante afectado pelo momento, enquanto que Mick ia crescendo onda a onda. Até que o português apanhou direita  com potencial onde conseguiu dar alguns snaps fortes de backside e batidas, limpando assim os nervos ao mesmo tempo que “regressava” ao heat. Logo de seguida fez uma esquerda também bem surfada com uma rasgada, batida e uma boa finalização mas Fanning estava noutro “realm” competitivo e a vitória foi sua com uma forte vantagem!

O segundo heat era ainda mais um importante heat no que toca à disputa pelo título pois contava com Kelly Slater e Frederico Morais. Slater tinha muito a perder neste heat pois Fanning é o líder e já tinha avançado para a ronda seguinte, mas mesmo assim não se mostrou sob pressão pois logo na primeira onda deu um tubo para a direita. Por ser uma onda que nem ao meio metro chegava não conseguiu mais do que 4.33. Por sua vez Frederico não perdeu tempo com ondas com pouco potencial e quase todas as que apanhou foram significantes para o heat. Na sua terceira onda deu algumas batidas verticais de backside pondo assim o seu primeiro bom score a contar (4.43) e alguma pressão em Kelly Slater. Logo de seguida apanhou uma direita do set, “meteu” uma rasgada forte e um reentry poderoso na junção e apesar de não ter metido o rail na primeira manobra como nos tem habituado recebeu a nota de 5.67 e ganhou mais terreno sobre o 11x campeão do mundo. Já Slater foi pouco selectivo e mesmo tendo dado um bom aéreo reserve com rotação quase completa e sem agarrar qualquer rail, teve dificuldades em voltar ao primeiro lugar.

Já perto do fim Morais apanhou uma das maiores, deu um aéreo reverse altíssimo e quando acertou o público na praia vibrou como nunca até aqui nesta prova. Frederico assim deixou Kelly Slater a precisar de 6.91 e começou o jogo do “gato e do rato” entre Morais que tinha a prioridade e Slater que tentou de tudo para o fazer o português perder a prioridade. Mas “Kikas” não “tremeu” e chegados aos últimos 30 segundos continuava com a prioridade. Morais ainda deixou Slater apanhar uma com pouco potencial mas quando este tentou um aéreo e falhou tanto o público como Morais sabiam que o campeão tinha sido derrotado e fez-se uma autêntica festa na praia. Assim Frederico Morais entra no “hall of fame” dos surfistas portugueses que já derrotar o melhor surfista de todos os tempos, sendo o 4º a fazê-lo.

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