Depois de dois lay days poucos acreditavam que o MOCHE Rip Curl Pro Portugal iria avançar, mas o que é certo é que durante a noite tudo mudou e pela manhã fez sentido arrancar.

As ondas rondavam o metro e meio e com vento leve on-shore e Vasco Ribeiro estava no primeiro heat da manhã contra Michel Bourez. O português foi mais activo, conseguindo duas notas de 3.27 e 3.93, o que lhe deu a liderança, até Michel responder com notas de 4.67 e 5.10. Mas o que fez a diferença neste resultado foi um tubo, curto mas fundo de Vasco Ribeiro que lhe deu a qualificação para o quartos de final.

Depois de Medina “despachar” Keanu Asing no heat seguinte começaram os quartos de final, com a vitória de Filipe Toledo sobre Joel Parkinson, e o confronto seguinte tinha mais um português, Frederico Morais, que “lutava” contra Brett Simpson por uma vaga nas meias finais.

“Kikas” dominou praticamente o heat todo, com algumas ondas de muitas manobras mas em secções de pouca consequência, o que não permitiu que as notas chegassem aos 5 pontos. Simpson não fez melhor, excepto numa esquerda em que deu duas manobras fortes, conseguindo a nota de 6.17, mas não a liderança. Na última troca de notas Brett apanhou a primeira e deu um snap no lip e um reentry, enquanto que Frederico começou com uma manobra na parede e uma junção forte. As notas saíram 4.37 para Simpson e 5.53 para Morais e, contas feitas, o norte-americano terminou na frente por menos de 0.10 pontos.

A prova parou por algumas horas, voltando com o heat de Vasco Ribeiro contra Jeremy Flores. Num pico um pouco mais a sul do que se tinha sido surfado ao longo da prova, Ribeiro dominou com as suas duas primeiras ondas. Na segunda, 7.17, deu uma forte batida numa secção pesada, e terminou com um reentry, sendo bem compensado. Na onda seguinte poderia ter conseguido um score na casa dos 8 pontos caso tivesse conseguido completar a segunda de duas manobras explosivas, mas o lip não deixou e não melhorou a sua posição. Jeremy não encontrou ondas para responder, fazendo 4.67 na sua melhor e saindo da água derrotado.

E para terminar a fase Gabriel Medina começou por combinar o seu adversário ítalo Ferreira, que se mantinha mais a sul enquanto o campeão do mundo estava à frente do palanque. Mas quando Ferreira respondeu foi com um tubo e um forte reentry, respondendo com a nota de 9.67. Três biscas fortíssimas de backside mais tarde Medina estava combinado, e simplesmente não conseguiu dar a volta ao resultado.

Filipe Toledo era considerado por muitos como “carta fora do baralho”, tanto na disputa do título mundial de 2015 com na luta pela vitória da etapa portuguesa. Mas o mais jovem surfista do tour esteve fortíssimo durante toda a prova, vencendo o primeiro heat do campeonato e, ao bater Brett Simpson com facilidade nas meias, ficou em contenção para vencer o último.

Na bateria seguinte Vasco Ribeiro tinha o segundo confronto man-on-man em um ano com Ítalo Ferreira. Foi há um ano, quase ao dia, que os dois se encontraram na final do World Junior Championships, na Ericeira, que garantiu o primeiro título mundial português no surf. Desta vez encontravam-se em ondas um pouco mais desordenadas e lutavam pela primeira final numa etapa do CT. Foi um heat muito parado e Ribeiro liderou durante algum tempo graças a uma onda com alguns carves fortes e uma boa finalização. Mas Ferreira ligou novamente os motores, atirando-se para um floater abusado seguido de algumas manobras para fazer a nota que precisava. E, logo de seguida, reforçou a sua posição com uma onda com várias pauladas de backside, deixando o português a precisar de 7.87. Infelizmente o sonho de ter um português na final ficou por aí, já que não apareceu mais qualquer onda de consequência no horizonte. Assim acabou a mais iluminada prestação portuguesa numa etapa do championship tour, com um 3º lugar (Vasco Ribeiro) e um 5º (Frederico Morais).

Uns minutos mais tarde começou a final, que foi dominada por Toledo desde o início! Na sua segunda onda, com dois aéreos, Filipe conseguiu uma nota 10 e pouco depois fez um back up de 7.33. Ítalo não baixou os braços e fez 7.2 com uma série de pauladas de backside, mas não saiu da combinação. Mais perto do fim deu um aéreo gigante de backside, conseguindo a nota de 9.93, ficando a precisar de 7.41. Filipe repetiu a dose com mais dois aéreos numa onda, melhorando o seu back up para 7.83. Ferreira tinha a prioridade mas não conseguiu encontrar a onda vitoriosa. E assim terminou mais um MOCHE Rip Curl Pro Portugal, com a terceira vitória de Filipe Toledo em um ano!!!

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