Com uma melhoria do mar para último dia, Filipe Toledo voou para a vitória!
Depois de um penúltimo dia com ondas muito pequenas e a demorar muito tempo, o último dia da VANS US Open of Surfing viu uma melhoria das condições tanto em tamanho como consistência.
E ninguém soube aproveitar melhor essas condições do que dois brasileiros, Filipe Toledo e Willian Cardoso. E, o mais engraçado, é que os dois usaram técnicas totalmente diferentes para atingirem o derradeiro heat: Cardoso usou o power surf enqunato Toledo usou o surf áereo!
Todos sabemos que Willian Cardoso não é um surfista de aéreo, o que ajuda a sua estatura de “gigante”. Mas este brasileiro sabe usar o seu tamanho e força como ninguém, sendo um daqueles surfistas que simplesmente explode as ondas com toda a força que sabe. Mas a esta força, Cardoso aplica velocidade e fluidez, o que o torna muito perigoso. Mais, apesar do seu tamanho, o brasileiro consegue que isso não seja impedimento para surfar ondas pequenas e moles, e foi isso que provou mais uma vez neste Prime. É por tudo isto que Cardoso ganhou a alcunha de Kung-Fu Panda (sim, o dos famosos desenhos animados).
E vitimas da destruição massiva de Cardoso foram Maxime Huscenot (nos quartos de final) e Adam Melling (nas meias). Se o heat contra Huscenot foi renhido, já contra Melling o brasileiro não deu muitas hipóteses. O plano de Cardoso foi o mesmo em ambos os heats, esperar as esquerdas boas e aplicar as suas pauladas e rasgadões a meter litros de água no ar. Se Huscenot respondeu também para a esquerda com pauladas e rasgadas, mas inferiores às do Panda, já Melling pareceu totalmente desencontrado neste heat, enterrando-se muitas vezes e não conseguindo projectar a prancha. O “leve ” Melling parecia pesado e lento quando comparado com o “pesado” Kung-Fu Panda, e isso só prova a excelente técnica deste brasileiro e que, só por chegar à final garantia uma subida de mais de 50 lugares no WQS, passando assim para o top 10 e estando neste momento, caso o ano acabasse agora, no WCT em 2015!
Toledo seguiu o mesmo caminho que Cardoso mas, como dissemos, usando o jogo oposto! Todos sabemos que Toledo voa quando quer e como quer, sendo que como se traduz pela altura que quer e pelo tipo de rotação que quer. Toledo passou os heats de olho nas direitas que lhe davam as rampas perfeitas para dar um aéreo do mais abusado, e foi dessa forma que chegou à final. Matt Banting não conseguiu acompanhar Toledo fazendo o seu pior heat de todos estes dias, enquanto a grande esperança dos locais, Brett Simpson (que há venceu duas vezes este evento), também não conseguiu arranjar forma de combater as rotações gigantes de Toledo. O exemplo perfeito foi o 8.93 de Toledo contra Simpso onde depois de voar meteu o tail quase na lua danda altura e rotação extra ao seu aéreo, que terminou com o claim que passou os heats a fazer, a batida no peito com uma mão!
TOledo começou a final com mais um aéreo abusado de frontside no outside e um paulada na junção no inside, que lhe valeu um 8.73, enquanto Cardos respondeu com power surf, encaixando duas pauladas com power para a esquerda e uma paulada de junção no inside, onda essa que lhe valeu um 9.03.
Minutos mais tarde, Toledo fazia uma onda fotocópia da sua melhor e que não lhe valeu a mesma nota mas quase, um 8.83. Cardoso acabou por não conseguir apanhar outra boa mas um pouco por culpa sua pois cometou um erro ao apanhar uma onda má quando tinha prioridade passando a prioridade para Toledo que apanhou uma terceira onda que lhe valeu um 8.07. Esta onda não contou para o score final de Toledo mas caso Panda tivesse esperado, teria apanhado esta onda e caso fizesse esta nora seria o vencedor. No entanto este não deixou de ser um excelente resultado para Cardoso que se ve assim com grande hipóteses de se ver no WCT para o ano.
Ao mesmo tempo decorria mais uma etapa do WCT feminino e a grande vencedora foi Tyler Wright que derrotou na final a sua conterrânea Stephanie Gilmore. Tyler subiu assim para número três do mundo entrando em força na corrida do título mundial numa altura em que faltam quatro etapas para terminar o ano. Carrisa mantém-se na liderança e Sally Fiztgibbons em segundo.
(Destaques do último dia)
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