A época do competitiva do Championship Tour de 2023 chega ao fim, com Filipe Toledo e Caroline Marks como campeões mundiais.

A prova feminina começou com a vitória de Molly Picklum e Caitlin Simmers, um confronto vencido pela americana que era considerada como a grande candidata à final. No entanto Simmers não conseguiu parar uma inspirada Caroline Marks, que foi ganhando momentum heat a heat. No confronto seguinte Tyler Wright, a seed número dois do evento não teve hipóteses. O backside afiado de Marks no seu melhor, vencendo com as duas melhores ondas do heat.

Ao chegar à finalíssima contra a líder do ranking, Carissa Moore, poucos duvidavam das hipóteses de Caroline conquistar o seu primeiro título mundial. Moore tinha sido de longe a melhor surfista do ano, com três vitórias e vários 3º lugares, resultados que numa época “normal” lhe dariam o título mundial. Mas, à semelhança do ano passado, a vitória novamente fugiu nos últimos momentos. No primeiro confronto Caroline Marks abriu com uma nota de 8.67 pontos e fechou com uma de 8.43, para deixar Carissa Moore numa situação de 0-1.

O heat seguinte foi menos consistente em termos de ondas, deixando ambas as surfistas muito tempo à espera da primeira onda. Mas quando os primeiros sets apareceram mais uma vez Caroline mostrou o seu melhor backside e deixou Carissa a correr atrás. Eventualmente o tempo acabou e a surfista da Flórida saiu da água com o seu primeiro título mundial.

A prova masculina foi igualmente competitiva. Tudo começou com o confronto de Jack Robinson VS João Chianca, uma bateria que mostrou que o formato tem muito que se lhe diga. O que é certo é que Lower Trestles é uma onda que se enquadra melhor em alguns surfistas e Robinson claramente não é um deles. O vencedor da prova de Teahupoo fez o seu melhor mas acabou por ser parado por Chianca. “Chumbinho” parecia estar embalado depois de uma boa vitória mas quando apanhou Ethan Ewing no heat seguinte rapidamente se percebeu que percebeu que não era um sério candidato ao título. Isto porque Ethan, apesar de ser ter lesionado recentemente, mostrou um nível de surf muito acima da média, com alguns dos carves mais impressionantes que se viu este ano no tour. Chianca ainda saiu da combinação com uma nota forte, mas seria pouco, e tarde.

Depois foi a vez de Ethan Ewing defrontar o favorito local e, aparentemente da indústria, Griffin Colapinto. O local de San Clemente tinha todo o potencial de conquistar o título mundial e muitos previam que seria já este ano. Mas, mesmo tendo surfado muito, não passou do seu heat de estreia, sendo categoricamente derrotado pelo australiano.

Ficou então a faltar bater mais um surfista para o título voltar para a Austrália pela primeira vez desde que Mick Fanning conquistou o seu 3º título mundial em 2013. No entanto esse surfista era Filipe Toledo, um nome que, num circuito sem WSL Finals, tinha-se sagrado campeão mundial por antecipação. E, mais uma vez, o brasileiro não deu hipóteses. Depois de perder na final do evento de 2021 contra Gabriel Medina e de bater Ítalo Ferreira no ano passado, Filipe atacou as paredes de Lower Trestles com agressividade, mostrando curvas de rail quase tão fortes como as de Ewing e fazendo a diferença com o surf progressivo. No final deu Toledo, que assim torna-se no primeiro surfista brasileiro a conquistar três títulos consecutivos.

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