O Rip Curl Narrabeen Classic presented by Corona tem estado a decorrer durante o dia na Austrália, o que equivale à noite portuguesa. A grande história do evento para os portugueses é a prestação de Frederico Morais, que está novamente em modo “tomba gigantes” e já se encontra nos quartos de final.
Mas, para o resto do mundo, a derrota de Ítalo Ferreira no round de 16 é a polémica do momento. O surfista brasileiro atravessa uma fase incrível, um domínio que não se via no tour há muito tempo. Tudo começou no início de outubro de 2019, quando Ferreira foi vencendo heat atrás de heat, até se encontrar na final do Quiksilver Pro France, onde perdeu apenas para Jeremy Flores. O Tour seguiu para Portugal, onde Ítalo venceu o MEO Rip Curl Pro Portugal e, meses depois, o Billabong Pipe Masters, no Havai, para se sagrar campeão mundial. Em 2020 não houve etapas do CT mas a WSL realizou alguns special events e o campeão mundial venceu três, Onda do Bem – Super Airs, Onda do Bem – Pro Heat, French Rendez-Vous of Surfing, e ficou em segundo no quarto, o MEO Portugal Cup of Surfing, vencido por Frederico Morais. Quando o Championship Tour regressou, Ferreira ficou em 3º lugar na prova de Pipe, e venceu o Rip Curl Newcastle Cup para recuperar a lycra amarela, algo que só tinha perdido durante um evento.
Algum dia o seu streak teria que chegar ao fim, mas não se esperava que fosse no round de 16 em Narrabeen contra Conner Coffin. Mais uma vez o líder do ranking parecia estar ligado à corrente, apanhando muitas ondas, e impondo o seu ritmo alucinante desde o início. Quando deu um grande aéreo reverse de backside esperava-se uma nota excelente que no final de contas faria a diferença, mas os juízes apenas atribuíram uma pontuação medíocre, 2.07 pontos. O porquê dessa nota tornou-se motivo de discórdia de imediato. De facto Ítalo aterrou a manobra mas logo de seguida o espuma apanhou-o e o campeão mundial não conseguiu manter o equilíbrio, o que foi o suficiente para ser considerada como não completa. Os protestos nos mais variados formatos não pararam de “cair” e até Ferreira que, de raiva partiu a sua prancha ao meio, deixou o seguinte comentário via IG: “Isso desmotiva qualquer um, só que eu não! Eu ligo o fod@-se e vou pra próxima. Obrigado pelo carinho ?✌️”.
É certo que à primeira vista, a decisão dos juízes parece errada já que Ítalo aterrou bem a manobra, só caindo uns segundos mais tarde. Mas algo que é preciso ter em consideração é que o painel de juízes está muito mais bem informado sobre as regras que o “comum dos mortais” e aparentemente, muitos competidores e alguns speakers. Todas as ondas são analisadas por um painel internacional de vários juízes, que ainda são supervisionados por um chefe de júris, que os orienta no caso de dúvida. Tendo isso em conta podemos assumir que dificilmente terá sido feito um erro, já que a decisão era sobre se a manobra foi completa e não qual a pontuação da mesma, algo que geralmente causa mais confusão e polémica.
Num ano normal cada heat vencido conta mas em 2021 o sistema de disputa pelo título foi modificado. A última etapa, o Rip Curl WSL Finals, que será realizado em Trestles, junta o top5 do ranking e é aí que será decidido quem é o novo campeão mundial. É quase certo que Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e John John Florence irão ocupar três das cinco vagas, o que faz da disputa pela liderança nesta altura do ano algo irrelevante na decisão pelo título, já que todos os top5 ficam com hipóteses muito parecidas de serem campeões mundiais.
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