Quando se diz que The Box é o “slab” original, há uma razão. Nos anos 80 Margaret River já recebia uma etapa do circuito mundial e regularmente acabava com ondas gigantes no pico principal, a esquerda que foi surfada neste evento a partir do 8º heat do round 1.

Esse tipo de ondas enquadrava-se bem no circuito da época que ia do “8 ao 80″ com facilidade. Havia etapas em beach breaks com fracas condições em locais como o Brasil e Japão, e poucos anos antes havia etapas como o Smirnoff Pro que apesar de ser uma “vulgar” etapa do circuito terminou com ondas de 25 pés em Waimea.

E foi durante uma das etapas com muito swell em Margaret River que The Box começou deixou de ser uma onda que não parecia surfável para se tornar num pico muito disputado por muitos dos mais atirados surfistas do mundo. A onda foi recebendo cada vez mais exposição mediatica e muito rapidamente se começou a procurar ondas deste estilo um pouco por todo o planeta, “slabs”.

O facto de já ter várias décadas de “testes” não significa que seja uma onda fácil de surfar mesmo para surfistas com este nível de habilidade. Que o diga John John Florence, que estava no primeiro heat do dia e apesar de ter entrado um pouco mais cedo para testar as condições comentou que estava muito pesado. Isso não o impediu de vencer o primeiro heat e criar a média pela qual todos os outros surfistas seriam avaliados nos primeiros 7 heats.

Dos 21 surfistas que competiram em The Box, apenas 6 conseguiram chegar aos dois dígitos de pontuação na combinação das suas duas melhores ondas. Kelly Slater não foi um deles mas venceu o seu heat à mesma com dois tubos “decentes”. A sua grande perda foi depois do heat, já que emprestou a sua prancha de back up ao seu amigo CJ Hobgood e este partiu-a num dos piores wipe outs do dia.

CJ foi só mais um dos goofies que encontraram grandes dificuldades em surfar este pico, que estavam em clara desvantagem de costas para a onda. Apenas dois goofies venceram neste pico, Fred Patacchia, numa batalha “pobre” contra Gabriel Medina e Alejo Muniz, e Adrian Buchan que arriscou muito e deu o melhor tubo do dia, saindo deste a derrapar mas com controlo.

De seguida Kieren Perrow decretou que a onda estava a ficar muito perigosa e mudou o campeonato para o pico principal, a esquerda. É difícil dizer que tamanho de ondas quebravam neste pico mas em momentos pareciam rondar os quatro metros. Os júris estavam a pontuar quem apanhasse as maiores e mais limpas já que o tipo de surf que se fez neste dia não passou de rasgadas e raríssimas manobras perto do lip.

Jeremy Flores acabou como o destaque do dia, surfando de backside nas maiores e mais críticas secções, parecendo pronto a mudar a sua posição actual de underdog no tour. Assim terminou o primeiro dia de prova e possível que o segundo comece dentro de poucas horas! Acompanha tudo em directo AQUI!

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