Em 2013 Francisco Alves foi um dos surfistas que mais se destacou no nosso país, tanto em free surf como em competição. Depois de ter disputado o título nacional, o top5 do Pro Junior e de ter tido uma boa prestação no WCT de Peniche surgiram rumores no início de 2014 que o surfista da Costa da Caparica tinha abandonado a competição. Para saber um pouco mais os seus objectivos para este ano a ONFIRE contactou-o e soube todas as novidades!
Sabemos que tens estado fora do país, por onde tens andado?
Quando a época competitiva acabou fui uns dias a Londres visitar um grande amigo meu e depois vim para cá e estive a filmar bastante com o Tomás Paiva Raposo. Depois fui para o Brasil passar a passagem do ano com o Gabriel Medina, fui conhecer o sítio onde ele vive e as ondas. Estive lá também com o Miguel Pupo e diverti-me bastante. O Medina magoou-se antes de eu chegar e mesmo não podendo surfar levou-me a todo o lado. Ali, quando há ondas, são mesmo boas mas depois pode haver quatro ou cinco dias sem nada.
Foi para desanuviar do ano competitivo?
Sim, estava a precisar de fazer uma viagem mais tranquila, sem ser sempre a pensar em competição ou mesmo em surf, foi bom! Agora estou por cá, estou a organizar a minha época, decidir as viagens que vou fazer, com quem, quais os objectivos e quais os campeonatos que vou fazer.
Tínhamos ouvido dizer que este ano ias ser free surfer…
O objectivo é esse, mas se der para competir, vou competir. Não vai dar para estar o ano todo a viajar então sempre que estiver por perto de um campeonato, vou entrar. Nunca quero deixar de competir pois vou ter sempre aquele bichinho da competição, mas o meu objectivo é ser free surfer, apanhar altas ondas em sítios paradisíacos e fazer uns bons vídeos.
Mas porquê essa direcção depois do teu melhor ano competitivo de sempre?
É verdade, foi o meu melhor ano, mas no final do dia não me estava a sentir a mesma pessoa e não me estava a sentir tão feliz como eu queria. Então, em conjunto com a Rip Curl, decidimos seguir outro rumo, com menos pressão e a aproveitar o surf de outra forma. Gosto de estar na água a evoluir e a tentar aéreos sem pensar que preciso é de dar três snaps porque vou ter um campeonato na semana seguinte. Sei que vou apanhar boas ondas e vou poder evoluir mais do que nunca.
O que está já nos planos? Há uns meses falaste-nos no Padang Cup, em Bali?
Em principio sim, ainda não está confirmado mas devo ser wildcard no Padang Cup, que é um “Special Event” só para convidados, na Indonésia. Além disso tenho um projecto que vai passar por alguns episódios de vídeo, onde vou conseguir transmitir um pouco mais da minha pessoa. Também vou fazer clips de surf “normais”, aqueles de 3 minutos só de acção. Já os episódios vão ser mais longos, mostrando os sítios onde passei e viagens que fiz.
E nas etapas da Liga MOCHE, vais estar presente?
Sim, nas que estiver cá vou participar. O nível é incrível e poder competir contra os melhores surfistas portugueses vai ser importante. Não vou ter como principal objectivo ser campeão nacional ou qualificar-me para o WCT, vai ser interessante ver como corre sem pressão, se calhar vou-me sentir mais à vontade para tentar fazer outro surf.
Pensas eventualmente voltar a focar-te em competição no futuro?
Não sei, acho que vida dá muitas voltas, não posso dizer não a nada, se eu vir que evoluí bastante e que me estou a sentir mais confiante do que nunca, porque não daqui a 2 ou 3 não voltar a tentar? Vou ter 22 ou 23, ainda sou novo, quero aproveitar esta fase da minha vida, quero fazer este projecto como deve ser, fazer as coisas acontecer e depois no final deste projecto logo pensarei no que vou fazer.
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