Em 2012 Frederico Morais e Vasco Ribeiro ainda estavam a dar os primeiros passos no circuito de qualificação da WSL, procurando melhorar o seeding para mais tarde começar a lutar numa vaga pela elite do surf mundial.

Frederico, acabado de fazer 20 anos, estava no seu último ano como júnior e já tinha competido em algumas etapas do circuito QS, com destaque para um 9º lugar numa prova em Portugal. Vasco tinha 17, já contava com um título de vice-campeão mundial da ISA em sub16 e tinha um par de vitórias em provas Pro Junior na Europa, mas pouca experiência no QS. Ambos eram virtualmente desconhecidos fora da Europa, mas tudo mudou nesta prova australiana.

O Breaka Burleigh Pro era uma etapa de 4 estrelas mas, mais importante que a sua pontuação era a sua localização e timing. Por ser tão perto da primeira etapa do Championship Tour do ano, realizada também na Gold Coast, a prova atraía sempre muitos dos melhores surfistas do mundo, que procuravam abrir o “apetite competitivo” nesta etapa com visibilidade acrescida.

Em prova estavam três portugueses, Filipe Jervis, Frederico Morais e Vasco Ribeiro. Em ondas de meio metro a “lamber as rochas” do inside, Jervis, que já começou no round 3, venceu a sua primeira bateria, um heat com 4 nacionalidades, mas acabou por perder na fase seguinte. Kikas era quem vinha desde a primeira fase, tendo passado 5 baterias só para chegar ao round de 16 e batendo surfistas como Mick Fanning e Jack Freestone no caminho. Por sua vez Vasco, que começou mais à frente e tinha derrotado nomes Mateia Hiquily e Mark Occhilupo, entre outros.

Foi durante estas fases que se observou dois fatores que se repetiriam por diversas vezes nas carreiras destes dois surfistas, o surf impressionante em point breaks de direita e os resultados simultâneo. Em lados diferentes da grelha, Vasco e Frederico só se encontrariam numa final e pelo surf que foram a apresentando ao longo das fases, era bem possível. Ambos passaram em segundo os quartos de final, garantindo as suas primeiras presenças na meias finais eliminando Beyrick De Vries, no caso de Ribeiro, e Kolohe Andino, no caso de Morais.

Este percurso acabou nas meias finais, Vasco perdeu para Bede Durbidge e Julian Wilson, com notas de 7 e 6,17, a precisar de melhorar o seu back up para apenas 6.43. Frederico ficou em 4º lugar no heat seguinte, atrás de Mick Fanning, Josh Kerr e Peterson Crisanto, a contar com a segunda melhor nota da bateria e a precisar de apenas 5.7 para passar.

A final foi vencida por Julian Wilson, seguido de Josh Kerr, Mick Fanning e Bede Durbidge, todos eles tops do CT de destaque. Mas o recado ficou dado, “the portuguese are coming”…

 

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