O circuito de qualificação da WSL ainda está no início e as provas mais importantes ainda estão por acontecer. Mas, apesar de ainda haver muitos pontos para distribuir, um surfista já vai bem destacado, sem vitórias mas com dois “keepers” e se continuar neste ritmo poderá estar no Championship Tour no próximo ano.

E o que tem de invulgar esta posição de Leonardo Fioravanti? O facto de ser um surfista de um país com pouca tradição de surf, a Itália. Mas como chegou foi possível este surfista chegar a esta posição?

O talento de Fioravanti, que é natural de Roma, foi reconhecido desde muito jovem, o que lhe permitiu ingressar na marca que tinha a melhor equipa de surf da época, a Quiksilver. Rapidamente passou a fazer parte de equipa de Young Guns da marca e ao lado de outros grandes talentos da sua geração como Kanoa Igarashi, Jack Robinson e Mikey Wright começou a viajar pelo mundo e a aprimorar o seu surf em todo o tipo de ondas.

Aos 13 anos de idade vivia e estudava na Califórnia e já falava fluentemente 4 idiomas, italiano, inglês, espanhol e francês. Nessa época o foco da equipa não era em competição mas sim em tornar os “groms” mais completos e foi isso que aconteceu.

Em 2013 correu pela primeiras vez o circuito Pro Junior Europeu a sério e provou que não era apenas bom surfista para o nível do seu país mas sim para a Europa. Fioravanti faltou à primeira etapa mas compensou nas seguintes e quando o circuito acabou, em Setembro, este surfista de apenas 15 anos tinha “roubado” o título europeu das mãos de Vasco Ribeiro, sagrando-se campeão.

Foi a primeira vez que um surfista italiano tinha sequer disputado um título dessa dimensão e pouco tempo depois foi premiado pelo seu patrocinador com um wildcard numa etapa do Championship Tour, o Quiksilver Pro France, outra estreia para a Itália.

No ano seguinte, 2014, com 16 anos, atacou o QS a tempo inteiro. Leo fez uma campanha impecável com uma vitória e resultados sólidos em etapas Prime, chegando ao Havai com fortes hipóteses de se qualificar para o CT. Apesar de não ter conseguido a qualificação ficou patente que estaria muito para breve.

Até 2015 o percurso deste jovem italiano tinha sido de grande ascensão, mas uma lesão no seu primeiro QS do ano, o Volcom Pipe Pro, obrigou-o a ficar vários meses a recuperar e como consequência “caiu” da 28º posição do ranking (2014) para a 138º do ranking final de 2015.

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Mas isso pouco o prejudicou pois abriu o ano de 2016 com um 3º lugar no Ericeira World Juniors, perdendo o título mundial por muito pouco para o eventual campeão. Depois Fioravanti seguiu para a Austrália onde foi o destaque das etapas QS 6.000 e com 2ºs lugares em Newcastle e Manly garantiu-lhe uma liderança sólida deste circuito.

Com cerca de 6 etapas de 6.000 e 6 de 10.000 pontos pela frente muita coisa pode mudar mas é muito provável que no fim do ano um surfista italiano continue muito perto do topo do ranking!

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