5 sinais de que já tens mais de 20 anos de surf…

Qual será a idade média do surfista português? Será que a nova geração de surfistas até aos 20 anos já supera tudo o resto ou 20 anos de surf é a média? É difícil chegar a uma conclusão sobre este tema mas o que é certo é que num bom dia de surf juntam-se muitas gerações diferentes na água. E se és da geração com duas décadas ou mais de surf então provavelmente vais te identificar com alguns dos seguintes “requisitos”…

As quilhas das tuas primeiras pranchas eram fixas…

A FCS foi lançada em 1995, a Futures em 1996, e, de imediato, começaram a lançar uma nova tendência, quilhas removíveis. Mas em Portugal ainda houve alguma resistência, inicialmente pelas próprias fábricas de pranchas, que tinha que adaptar o seu método de produção, e também pelo “consumidor final”, os surfistas, que desconfiavam do sistema e evitavam a despesa extra de comprar jogos de quilhas. Foi mais ou menos a partir do ano 2000 que se foi tornando inevitável ter o sistema nas pranchas, algo que foi evoluindo até a este momento em que ter quilhas fixas é “retro”.

E… se chegasses à praia, nos primeiros anos desta mudança, sem quilhas postas na prancha e sem chave de quilhas habilitavas-te a ficar pelo parque de estacionamento.

Ainda “conheceste” Kelly Slater com cabelo…

Antes de ser o “Messias Careca”, Kelly Slater conquistou 6 títulos mundiais, surgiu como uma das personagens principais numa das maiores séries dos anos 90 (Marés Vivas), fez capa de revistas de moda, namorou com um dos grandes sex simbols da época, Pamela Anderson, e quase acertou o primeiro Rodeo Flip. Entretanto reformou-se do tour com poucas perspectivas de voltar mas regressou, cerca de 3 anos mais tarde, completamente calvo, um estilo que manteve até hoje. Há quem o conheça dessa época, dos 5 títulos que acrescentou sobre surfistas como Andy Irons, Taj Burrow, Mick Fanning, Jordy Smith e Joel Parkinson, entre muitos outros. No entanto, quem o conheceu no seu auge, foi um KS com cabelo.

E… 20 anos depois do seu regresso careca continua no CT a mostrar que mesmo perto dos 50 anos de idade ainda é um dos melhores surfistas do mundo.

Chamavas morey boogie ao bodyboard…

O bodyboard chegou a ser quase tão expressivo quanto o surf no nosso país, e em pequenos grupos em zonas dispersas no nosso país ainda é. No entanto durante muito tempo não se dizia fazer bodyboard mas sim fazer morey boogie. A razão é simples, não só a modalidade foi criada pelo norte-americano Tom Morey, como a sua marca, Morey Boogie, foi a primeira a produzir pranchas de BB e lançou alguns dos modelos mais icónicos. Esse era o nome usado na pratica da modalidade até ao desporto começar a ter mais dimensão e mais marcas expressivas algures nos anos 90, erradicando por completo o nome pelo qual já tinha sido conhecida.

E… uma grande parte dos praticantes da época da Morey Boogie eventualmente passaram para o surf.

Os teus primeiros fatos tinham fecho atrás…

Só consegue realmente dar valor à qualidade dos fatos que existem hoje em dia quem surfou muitas horas com as “armaduras de neoprene” do passado. Pouco maleáveis, frios, pesados e desconfortáveis, compensando apenas na durabilidade, os fatos dos anos 80 e início dos 90 estavam muito longe do que temos hoje em dia. E a característica que todas tinham em comum era fecho, que em 99% dos casos era nas costas. A Quiksilver fez algumas experiências com o fecho do lado da frente a sair dos ombros e outras marcas, como a Gul, fizeram modelos sem fecho. Mas foi a Billabong, liderada por Bob Hurley, que era o CEO da marca nos EUA antes de ter saído para criar a Hurley, que lançou o modelo “2001 Series”, o primeiro zipperless que era realmente melhor em todos os aspectos que o standard da indústria. Muito rapidamente o resto das marcas acompanharam a tendência, fazendo as suas versões do mesmo, e hoje em dia, por norma, só as gamas mais baixas utilizam o “clássico” fecho atrás.

E… custavam quase o mesmo nos anos 90 que hoje em dia

Chegaste a ter uma tabela de marés na mochila…

Antes do windguru, das câmeras em todos os picos, das redes sociais e da fácil comunicação entre surfistas, era na praia que se descobria se as ondas estavas boas ou más. Mas se havia algo que já dava para prever era as marés, através das tabelas. Distribuídas através das revistas e lojas de surf, estas pequenas tabelas (tamanho A8) usavam as páginas que sobravam como publicidades aos patrocinadores da mesma e, apesar de ainda serem produzidas até hoje, muitos já não conhecem uma vez que temos toda a informação de que precisamos em qualquer smartphone.

E… os mais iniciantes achavam que a informação na barra onde estava a amplitude das marés era o tamanho que o mar estaria nesse dia.

E se já eras surfista nos anos 90…