Como em qualquer desporto e qualquer mercado, há marcas que aparecem e ao fim de alguns anos desaparecem. No entanto, algumas chegam a atingir um patamar de sucesso a dada altura que parece impensável que poucos anos depois acabem. Fica a conhecer 5 marcas que foram muito expressivas no mercado português mas que eventualmente desapareceram.

Redley
A Redley é uma marca brasileira de calçado e roupa que durante os anos 90 foi um “gigante” em Portugal. O sucesso deveu-se a um modelo de ténis, muito semelhante com os clássicos da Vans, que se tornou moda no nosso país, uma peça quase obrigatório nas faixas etárias mais jovens. Essa fase deu um enorme “boost” à marca, que eventualmente apostou muito numa linha de roupa e numa das equipas de surf mais fortes alguma vez vista no nosso país. Pela Redley, quase todos patrocinados da cabeça aos pés e com fatos produzidos para o efeito, passaram surfistas como Bruno Charneca “Bubas”, Marcos Anastácio, Paulo do Bairro, Zé Seabra, André Pedroso, José Gregório, Nuno Telmo, Aécio Flávio, Pedro Barbudo, Pedro Soares, Pedro Flores, Diogo Bettencourt, Marcelino Barros “Bizuka”, entre outros, chegando-se ainda a apostar num team Europeu que incluiu o melhor surfista britânico, Russel Winter, e o melhor francês, Didier Piter. Também no bodyboard a Redley marcava pontos, patrocinando grandes nomes da altura como Paulinho Costa e Filipe Ocha, e as suas famosas barbatanas eram das mais vistas na água.
Entre imagens de atletas e anúncios, a Redley era extremamente expressiva nas revistas nacionais mas, ao longo dos anos, a foi perdendo a sua expressão. Foi uma queda gradual, algo que era bastante visível com a mudança da equipa nos últimos anos, apesar de continuar a haver uma forte aposta no marketing. No início do novo milénio a Redley já era uma sombra do que tinha sido no passado, mudando inclusivamente de distribuidor, e não se conseguiu dar a volta por cima e voltar a estabelecê-la.

Curiosamente no Brasil a marca continua em destaque, tendo-se posicionado como uma marca de gama alta de surfwear.

 

Paulo do Bairro | Anúncio da Redley

 

Reef Wetsuits
Nos anos 90 havia em Portugal a Reef Wetsuits, uma marca sul africana de fatos, e a Reef Brazil, marca argentina que mais tarde, quando passaram a diversificar para sapatos e roupa, passou a (apenas) Reef. A marca de roupa e calçado existe até hoje no nosso país, enquanto que a Reef Wetsuits durou menos de uma década. A marca foi muito forte, apostando em surfistas como Nuno Matta, que curiosamente foi patrocinado por ambas as Reefs em simultâneo, Paulo do Bairro, Teresa Abraços, David Raimundo, Pedro Monteiro “Pecas”, Alexandre Ferreira “Xaninho”, entre outros.
A queda da marca em Portugal deveu-se a vários fatores, o principal sendo provavelmente a concorrência. Até certa altura marcas de roupa faziam apenas roupa e marcas de fatos dedicavam-se a fazer fatos e quando a tendência mudou o mercado ficou muito mais competitivo. Marcas como a Billabong e Quiksilver começaram a ter fatos e, tal como a Rip Curl e O’Neill, que já faziam ambos, tornaram-se nos quatro grandes players no mercado, fortalecendo a suas imagens junto do público como fortes e coerentes campanhas publicitárias e equipas de patrocinados a 100%. A Reef Wetsuits dificilmente iria conseguir acompanhar o crescimento destas marcas e os representantes, que operavam em outras áreas mais lucrativas, perderam o interesse em dar continuidade a este projeto.

Hoje em dia a Reef ainda existe na África do Sul, tendo diversificado os seus produtos para incluir fatos de caça submarina, soft boards, pranchas de bodyboard e todos os tipos de acessórios.

 

 

Mais marcas expressivas que desapareceram do mercado português em breve…

Comentários

Um comentário a “5 marcas expressivas que desapareceram do mercado português | Parte 1”

  1. Susana Soares diz:

    Muito orgulho do meu irmão, Pedro Soares, ter sido patrocinado pela Redley e outras marcas que desapareceram ou que ainda existem. Grande geração de surfistas que contribuíram para o surf em Portugal.