O último dia da Liga MEO Surf de 2020 arrancou com boas ondas de meio metro na Praia do Guincho e ao fim de algumas horas seria coroado mais um campeão nacional e os vencedores do Bom Petisco Cascais Pro.

A prova começou com o round de 16 masculino, que teve grandes surpresas logo nos dois primeiros heats. Gony Zubizarreta e Filipe Jervis eliminaram o bicampeão nacional, Miguel Blanco, e o auto-proclamado melhor surfista português, Francisco Alves, enquanto que Halley Batista e Luís Perloiro despacharam Jácome Correia e Marlon Lipke.

A dupla de Guilhermes, Fonseca e Ribeiro, também dominaram, eliminando Eduardo Fernandes e Francisco Queimado. A última bateria desta fase podia ter implicações na disputa pelo título pois reunia Vasco Ribeiro e Frederico Morais e dois surfistas da nova geração, Daniel Nóbrega e Lourenço Sousa. Foi uma bateria muito disputada até Ribeiro começar a fugir com a liderança com algumas direitas bem surfadas e finalizadas com manobras muito fortes. Já Morais espremeu bem um par de esquerdas e conseguiu garantir o segundo lugar, deixando os groms a precisar de notas bem acessíveis para dar a volta ao resultado mas sem oportunidades para o fazer, acabando ambos eliminados.

Seguiram-se os quartos de final masculinos, que começaram com uma vitória de um surfista em grande ascensão neste circuito este ano, Luís Perloiro sobre Gony Zubizarreta. Depois foi a vez de Halley Batista mostrar o seu surf de alto nível, desenvolvido num país onde o surf está no mais alto nível, o Brasil. Este veterano emigrou para o nosso país há algum tempo mas só neste evento mostrou o seu melhor surf. No início do heat fez algumas manobras muito progressivas para a direita, até migrar para a esquerda e fazer ondas muito completas com finalizações arriscadas. Filipe Jervis também surfou muito e esteve sempre muito próximo a nível de pontuações, mas a suas ondas não desenvolveram tão bem e foi eliminado. Frederico Morais apagou a prestação menos impressionante da fase anterior com a melhor onda da prova até aí, uma longa direita cheia de carves, recebendo 9.25 na primeira onda e 7.65 na segunda, para bater Guilherme Ribeiro, que também começou com uma onda incrível. Para fechar a fase Vasco Ribeiro superou Guilherme Fonseca por muito pouco para avançar para as meias finais e deixar Afonso Antunes fora da disputa pelo título.

A prova feminina já estava nas meias finais e viu a mais nova surfista ainda em prova, Gabriela Dinis, a superar Camilla Kemp para garantir a primeira vaga na final e Teresa Bonvalot a dominar a segunda bateria, sobre Carolina Mendes para assegurar a segunda vaga.

A prova masculina voltou à água e Luís Perloiro logo na primeira onda mostrou que estava de olhos postos em mais uma final na última etapa com o novo campeão nacional, um feito que iria repetir depois de em 2019 ter competido com Miguel Blanco na final em Carcavelos. Perloiro abusou dos carves de frontside e finalizações muito fortes para dominar o heat contra um surfista que o tinha derrotado duas vezes neste evento em heats de 4 surfistas, Halley Batista, mas que aqui perdeu por combinação. Frederico Morais bateu Vasco Ribeiro no heat seguinte para se sagrar campeão nacional (notícia completa AQUI) e preencheu a segunda vaga na final masculina.

Gabriela Dinis começou muito bem a final feminina, com algumas notas fortes, colocando Teresa Bonvalot sob pressão. A campeão nacional em título mostrou um backside muito forte ao longo do ano mas nesta final mostrou que o seu surf de frontside está ainda melhor, destruindo algumas esquerdas para vencer por larga vantagem, garantindo a sua quarta vitória no circuito este ano.

O último heat do ano na Liga MEO Surf foi muito disputado mas Frederico Morais foi mais uma vez implacável, e impôs um ritmo muito elevado, acabando por bater Luís Perloiro, que recebe como “prémio” um lugar no top4 nacional, para terminar o seu ano em grande!

Comentários

Um comentário a “Teresa Bonvalot e Frederico Morais vencem o Bom Petisco Cascais Pro”

  1. Francisco Rodrigues da silva diz:

    Impressionante a evolução da Gabriela Dinis, com tão tenra idade, a fazer frente às mais experientes.