Jeffreys Bay amanheceu mais uma vez com ondas incríveis e o Corona Open J-Bay foi à água. Tudo começou com os dois heats que faltavam realizar dos quartos de final já que, entre “Devil Winds”, a repetição de um heat e uma visita de um tubarão, a prova teve de ficar a meio do round.

O último heat dessa fase tinha sido vencido por um super inspirado Frederico Morais e agora seria a vez de Filipe Toledo bater Jordy Smith, numa batalha que, on paper, era digna de uma final e de Julian Wilson despachar Matt Wilkinson.

No heat que se seguia falava-se português pois juntava o primeiro campeão mundial brasileiro da WSL, Gabriel Medina, e o perigoso luso Frederico Morais. Havia muita expectativa em torno deste heat uma vez que, uns meses antes, Morais cobrou o bluff de Medina numa batalha estratégica em Bells Beach e saiu com a vitória.

Gabriel venceu todos os seus heats confortavelmente enquanto que Kikas perdeu o seu primeiro heat, passou dois com pouco destaque, até encontrar o seu ritmo e fazer as duas melhores baterias da sua vida. Será que ainda havia um pouco de “magia” disponível para bater mais um campeão mundial?

Medina começou “a abrir”, mas a sua primeira onda não foi impressionante, recebendo apenas 1.5 e oferecendo a prioridade a Frederico, que a aproveitou muito bem. Kikas apanhou uma onda de set, e surfou-a como já nos habituou, com grandes manobras, top turns, batidas no lip e alguns carves para garantir uma nota de 8.1. Gabriel não conseguia responder com o mesmo tipo de manbras mas compensou com um bom tubo e algumas manobras no lip para “meter” uma nota de 6.93.

Frederico não deixou passar oportunidades e a sua próxima onda, uma das maiores do dia, teve direito a dois tubos e várias manobras fortes, o que lhe deu uma nota de 9.27, deixando Medina em situação de combinação a 15 minutos do fim. Apesar de não ter prioridade, Frederico sentou-se bem perto de Gabriel, claramente a tentar destabilizar de novo o ex-campeão do mundo!

A 8 minutos do fim “Gabe” apanhou uma onda mais pequena mas surfou-a muito bem, recebendo a nota de 7.77 e assim sainda da combinação. Frederico apanhou mais uma onda de set mas ela “fugiu” down the line, não lhe permitindo melhorar a nota. Por outro lado, conseguiu voltar ao pico antes do seu adversário e garantiu novamente a prioridade. Entretanto faltavam 6 minutos e Medina precisava de uma nota de 9.6.

Kikas segurou bem a prioridade, usando-a para controlar o heat, apesar de ainda haver tempo para o brasileiro “dar mais um tiro”. Na verdade ele até deu 3 (tiros/ondas) mas não conseguiu fazer uma boa nota e foi eliminado, o que levou Morais para a primeira final lusa da história do CT!

Kikas passa assim as incríveis marcas de Tiago Pires e Vasco Ribeiro, que já tinha atingido as meias finais no passado e fica com mais 8 ou 10.000 pontos, carimbando já o seu passaporte para o CT de 2018!

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